fisl13 encerra com público de 7,7 mil pessoas

Durante quatro dias, foram debatidos temas como privacidade online, leis de controle ao acesso à rede e marco regulatório

O 13° Fórum Internacional Software Livre - fisl13, encontro da área de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), encerrou-se neste fim de semana. O evento reuniu em quatro dias 584 palestrantes de 23 nacionalidades, 94 caravanas e um público de 7.709 pessoas em mais de 800 horas de programação. O total de dados trafegados durante esta edição foi de 1,43 terabyte. Para o coordenador-geral da Associação Software Livre.Org, Ricardo Fritsch, o fisl13 cumpriu as expectativas. "Além de discutir soluções livres, promovemos acordos internacionais entre diversas entidades de fomento ao software livre no mundo. Isso mostra que o movimento cresce e é mais reconhecido a cada ano", defendeu.
A privacidade online, o marco regulatório da internet no Brasil, as leis de controle ao acesso à rede, cooperativismo, sustentabilidade, políticas públicas, liberdade, filosofia e cultura de soluções livres foram alguns dos assuntos que ganharam destaque durante a programação. O fisl13 também destacou os negócios colaborativos com conceitos livres e o novo cenário econômico que se desenha na medida em que as pessoas têm mais voz e mais acesso à informação. Foram apresentadas experiências de países como Espanha, Estados Unidos, Argentina, França, além do Brasil, destacando como as organizações da sociedade civil auxiliam no desenvolvimento do software livre.
Nomes consagrados da tecnologia mundial e cultura de rede, como o presidente-fundador da Linux International, Jon "Maddog" Hall, e o fundador do Partido Pirata, o sueco Rick Falkvinge, lotaram auditórios. Conhecido como "guru do software livre", Maddog destacou que, com mais de 43 anos de atuação na área de ciência da computação, nunca usou código fechado para desenvolver softwares. Ele ainda apontou possibilidades de utilização de software livre, provando que os programas criados com código aberto são tão bons quanto ou até melhores que os desenvolvidos por grandes empresas que trabalham com códigos fechados.
Fundador do primeiro Partido Pirata do mundo e reconhecido pela luta a favor da liberdade de expressão direito de compartilhar, o sueco Rick Falkvinge defendeu que os monopólios de Copyright são uma ilusão que as indústrias criam para manter seu poder econômico inviolável e que ameaçam os direitos civis. Conforme o palestrante, o Brasil é o único país em posição de romper esses códigos. "O Brasil está adiantado em perceber as potencialidades da internet em dar voz às pessoas e têm condições de desenvolver um modelo onde todos possam compartilhar o que quiserem. É preciso fomentar leis que tornem essas práticas obsoletas, porque, na realidade, elas já são", ressaltou.
Para Rick Falkvinge, a internet é para a sociedade uma ferramenta de exercício da liberdade de expressão. "O acesso livre à net se tornou hoje tão fundamental quanto qualquer direito. É uma exigência para que se exerça cidadania", analisou. 

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