Jornalista com deficiência visual apresenta quadro na TVE

Emissora apresenta-se como a primeira no Brasil a ter quadro fixo apresentado por profissional com baixa visão

O programa Cidadania, da TVE, apresenta-se como sendo o primeiro na televisão aberta brasileira a ter um quadro comandado por profissional com baixa visão. Com novo formato e abordagem ampla de conteúdos, o Cidadania reestreou no último mês e passou a incluir em sua pauta a acessibilidade, tema abordado pela jornalista e mestre em Letras Mariana Baierle. "Quero que as pessoas me enxerguem além da minha deficiência visual, pois ela é apenas uma das minhas características. Acima de tudo sou amiga, jornalista, colega, como qualquer outra pessoa. A baixa visão não sou eu inteira", explica Mariana. A atração vai ao ar nas segundas, quartas e sextas-feiras, às 19h, ao vivo.
De acordo com o Censo de 2010, no Rio Grande do Sul existem 1.900.134 pessoas com deficiência visual, o que representa 17% da população. Os dados revelam ainda que 617.244 gaúchos têm deficiência auditiva (5,7% da população); 818.450, deficiência motora (7,6%); e 162.792, deficiência intelectual (1,52%). Os números totalizam 3.799.120 pessoas com deficiência, ou seja, 35,5% da população no Estado. Para o presidente da Fundação Cultural Piratini, Pedro Osório, a radiodifusão pública não pode ficar alheia à realidade dessas pessoas. "Temos obrigação de abordar o assunto e promover o acesso à informação e a discussão sobre essa temática", afirma.
Desde a assinatura de um termo de cooperação com a Federação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para PPDs (pessoas portadoras de deficiências) e PPAHs (pessoas portadoras de altas habilidades) no Rio Grande do Sul (Faders), em 2011, a TVE tem promovido iniciativas que visam à acessibilidade. A emissora passou a ter intérprete de Libras no programa 'Viva Bem', transmite o programa 'Faça a Diferença', da TV Assembleia, e apresenta o Jornal Visual, em rede com a TV Brasil. Estas ações buscam garantir o cumprimento das diretrizes recomendadas na Convenção da Organização das Nações Unidas, que trata dos direitos da pessoa com deficiência, e na Lei 13.320/2009. Também é diretriz das emissoras públicas do Rio Grande do Sul contribuir para que os temas relacionados à acessibilidade entrem na pauta e na agenda do público.

Comentários