Música perde Ricardo Barão

Radialista se destacou como divulgador musical no Estado

Os gaúchos perderam no sábado, 25, um profissional que dedicou a vida à divulgação do rock e da world music, tendo se destacado principalmente na promoção de artistas e da produção regional. Vítima de parada cardíaca, Ricardo Barão, 56 anos, estava internado no Hospital Vila Nova, para desintoxicação por causa de álcool. Ele também apresentava um quadro sério de anemia e acabou entrando em coma. O radialista morreu no final da manhã de sábado. O corpo foi sepultado no domingo pela manhã, no Cemitério Jardim da Paz, em Porto Alegre. Barão, um dos fundadores da Rádio Ipanema e ex-colaborador de Coletiva.net, deixa dois filhos, Erick e Artur.
Nascido em Passo Fundo - ele se mudou ainda garoto para Porto Alegre -, Ricardo Barão era o pseudônimo profissional de Ricardo Espinosa Kurtz. O apelido surgiu na adolescência. "Eu tinha um carro vermelho com o painel cheio de relógios e, por causa disso, me apelidaram de 'Barão Vermelho", revelou o radialista em 2007, em matéria publicada na seção Perfil de Coletiva.net. Produtor musical, empresário - na década de 1980 abriu em Porto Alegre o bar Rola Rock, na Cidade Baixa, e Disco Voador, lojas de discos de rock da Capital -, Barão fundou a Rádio Ipanema na mesma época, juntamente com Nilton Fernando, Mauro Borba e Meri Mezzari. Como produtor musical, assinou os discos Rock Garagem (1984) e Rock Garagem II (1985), que reuniu nomes então quase desconhecidos da música jovem gaúcha, como Astaroth, Fluxo, Garotos da Rua, Leviathan, Os Eles, Replicantes, Taranatiriça e Urubu Rei.
Nos últimos tempos, Barão dedicava-se à pesquisa da 'Música do Mundo'. "Se, no passado, o rock serviu de fundo musical para uma revolução de comportamento, hoje existe uma nova revolução acontecendo no planeta: é a revolução social, embalada pela world music, que fala dos problemas dos países de Terceiro Mundo. Eles resolveram mostrar a cara e fazem isso não tocando rock, mas, sim, o som típico de cada região", disse Barão, em 2007, para Coletiva.net.
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