Preço alto do papel impacta na indústria gráfica gaúcha

Em comunicado, Abigraf nacional se mostrou descontente com o aumento dos insumos

Reprodução

Nesta semana, a Associação Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) se mostrou descontente com o crescente aumento do preço do papel para ler e escrever ou linha d'água (expressão utilizada para produzir livros, revistas e jornais que não possuem impostos). Em conversa com Coletiva.net, o diretor financeiro da Abigraf RS, Lorival Lopes dos Reis, afirmou que a entidade gaúcha está de acordo com a operação nacional. Como fundador e presidente da Grafiset, mostrou-se insatisfeito com a situação e afirmou que a alta já está impactando o setor no Rio Grande do Sul.

Um dos motivos para o aumento do preço do insumo, de acordo com o comunicado emitido pela Abigraf Nacional, é de que a China passou a restringir a compra de aparas mistas (restos de papéis sujos, como de jornais) e a importar a fibra da celulose - o que é mais atrativo ao mercado e gera maior lucro. Por conseguinte, as indústrias acabaram priorizando a venda da matéria-prima ao invés de produzir o material. Outro fator, conforme Lorival, é o aumento do dólar.

"Nosso sentimento e de nossas empresas é de tristeza, pois não estamos conseguindo cumprir os contratos e isto está nos dificultando", exprimiu Lorival, ao afirmar que a indústria gaúcha já está com dificuldades e sentindo os danos do ocorrido. Falando pela Grafiset, contou que eles não têm nenhuma força para enfrentar a situação, pois importar o papel é ainda mais caro, visto que tem impostos - frente aos chamados papéis comerciais estarem imunes a estas taxas, uma vez que são destinados a produzir bens como os impressos.

Uma das medidas tomadas pela Abigraf, conforme registra no comunicado, é o pedido de maior supervisão do Governo Federal para que os papéis destinados à fabricação de manuais e bulas, por exemplo, sejam devidamente taxados.

Comentários