Rádio é o veículo que mais coloca a cara à tapa, diz comunicador

O gerente-geral da Guaíba, Nando Gross, e o presidente do Fórum Mundial de Editores, Marcelo Rech, comentam sobre a violência contra radialistas

De acordo com o Relatório Anual de Liberdade de Imprensa da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), dos oito comunicadores assassinados em 2015, metade deles atuava em rádios. O número de mortes de jornalistas brasileiros coloca o País na frente de nações como Iêmen e Sudão do Sul, que estão em guerra. Para analisar a situação, o Coletiva.net ouviu dois profissionais responsáveis pelo Jornalismo de duas das maiores empresas de comunicação do Estado.
Para o vice-presidente de Editoria do Grupo RBS e presidente do Fórum Mundial de Editores (WEF), Marcelo Rech, "a violência contra jornalistas é um problema crescente no mundo e, infelizmente, ainda mais no Brasil". Ele acredita que na raiz do problema estão a intolerância com a liberdade de expressão e a impunidade dos autores desses crimes. "Muitos radialistas são vítimas dessa violência em pequenas cidades do País porque fazem denúncias que contrariam os interesses locais. Nesses rincões há resquícios de coronelismo e da pistolagem que agravam as ameaças à integridade de jornalistas e radialistas", conta o executivo.
O gerente-geral da Rádio Guaíba, Nando Gross, lembra que o rádio é o veículo mais consumido e o que mais forma opinião no Brasil, criando uma relação muito próxima com o seu receptor. "Nenhum outro veículo tem uma relação de intimidade tão grande como o rádio e, por vezes, isto gera uma passionalidade que pode chegar a extremos como estes relatados, terminando até em mortes", acredita o profissional.
Ainda de acordo com o gerente-geral da Guaíba, pela sua facilidade de consumo, o rádio está próximo das populações mais carentes e tem uma função social muito importante. "Nada justifica extremos e assassinatos, mas o rádio é o veículo que mais bota a cara para bater em questões polêmicas e, ao mesmo tempo, é o veículo mais próximo da sociedade", afirmou Nando.

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