Relatório aponta morte de 33 jornalistas no primeiro semestre de 2017

Divulgado pela International News Safety Institute, documento destacou que 18 deles foram assassinados em países que não estão em guerra


A organização voltada à segurança de jornalistas International News Safety Institute (INSI) divulgou o relatório "Killing the Messenger", que assinalou a morte de 33 profissionais desse segmento ao redor do mundo, no primeiro semestre de 2017. Elaborado pela Cardiff School of Journalism, no Reino Unido, o documento destacou que 18 deles foram assassinados em países que, supostamente, não estão em guerra.
No levantamento, averiguou-se que 19 foram assassinados a tiros; 10, vítimas de explosões e quatro morreram no fogo cruzado, sendo que todos eram residentes nos lugares onde foram mortos. O Afeganistão foi o local com maior número de falecimentos registrados neste período. Ao todo, nove comunicadores perderam a vida em três diferentes ataques a bomba, promovidos, de acordo com o INSI, pelos grupos Estado Islâmico (EI) e Taleban.
No México, segundo país mais letal para atuantes na área, sete pessoas foram mortas a tiros. Os assassinatos geraram protestos e o presidente do país, Enrique Peña Nieto, prometeu fortalecer a proteção para os profissionais de imprensa. De janeiro a junho deste ano, houve apenas três casos desse gênero, nos quais o instituto observou que as autoridades identificaram e prenderam os responsáveis.
A diretora-assistente do INSI, Anna Bevan, disse que está preocupada com o aumento do número de ataques físicos e virtuais à imprensa. "Eles estão fazendo com que muitos se autocensurem ou, até mesmo, deixem a profissão definitivamente. Isso tem um efeito tão danoso para as vidas individuais, mas também é tão prejudicial à democracia", afirmou.
O INSI não registrou mortes de profissionais de Comunicação durante o exercício da profissão em solo brasileiro. A diretora do instituto, Hannah Storm, informou que, apesar deste dado, isso não significa que os perigos para os jornalistas no Brasil desapareceram. "Por muitos anos, vimos eles lidarem com várias questões relativas à insegurança, que vão desde grupos criminosos que tentam silenciá-los até empresários e autoridades públicas corruptas que discordam com aquilo que eles reportam."

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