Sindjors cria financiamento coletivo para pagar defesa de Chaparini

Jornalista foi indiciado por quatro crimes após ser preso durante ocupação do prédio da Secretaria Estadual da Fazenda, no ano passado

Repórter do Jornal Já é liberado | Crédito: Ramiro Furquim/Jornal Já
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindjors) criou, nesta quarta-feira, 3, um financiamento coletivo a fim propiciar assistência jurídica ao repórter Matheus Chaparini, do Jornal Já. Em junho do ano passado, o profissional foi preso pela Brigada Militar enquanto cobria uma manifestação de estudantes no prédio da Secretaria da Fazenda. Junto com ele, outras nove pessoas foram indiciadas por associação criminosa, resistência, dano qualificado ao patrimônio e obstrução ao trabalho.
De acordo com o presidente da entidade, Milton Simas, o advogado contratado pelo sindicato estipulou um valor de R$ 15 mil para assessorar o jornalista até o encerramento do processo, que pode durar por tempo indeterminado. "A campanha serve de ajuda ao sindicato, que arcará com o resto dos custos da defesa do Chaparini. O que vier será bem-vindo e amenizará a despesa com o advogado criminalista, que não integra nossa assistência jurídica", explicou em entrevista ao Coletiva.net. Ele também salientou que a negociação com o bacharel em Direito prevê pagamento em três parcelas de R$ 5 mil cada, e que a primeira já foi abatida com verba do sindicato.
Chaparini, por sua vez, destaca a iniciativa do Sindjors que o procurou para dar assistência desde o início do caso. "Não é uma ação individual. É em defesa da categoria, pois o que ocorreu é um atentado à liberdade de imprensa e ao nosso direito profissional enquanto jornalista", salientou ao portal. Ele ainda contou à nossa equipe que, até o momento, não foi notificado oficialmente pela Justiça.
As doações, que devem ser feitas por meio do link http://bit.ly/apoieoChapa, podem ser de qualquer valor acima de R$ 10. A entidade avisa que os jornalistas sindicalizados têm como contrapartida o abatimento de 50% do valor doado em mensalidades. "Nós deixamos o prazo de arrecadação aberto. Assim que chegarmos ao valor total ou a um valor que considerarmos bom, encerraremos a campanha", frisou, ao mencionar que parte do valor arrecadado ficará com o Catarse - plataforma pela qual está sendo feita a campanha.
Leia mais:
MP denuncia repórter do Jornal JÁ por ocupação da Sefaz
Secretário de Comunicação entende prisão de jornalista como ato isolado
Para Elmar Bones, indiciamento de jornalista do JÁ contraria os fatos
Repórter do jornal JÁ é preso em ação da BM

Comentários