Todas as edições do Coojornal estão digitalizadas

Informativo da época da ditadura trazia mensalmente reportagens, entrevistas e peças de humor

Primeira capa do Coojornal veiculada em novembro de 1971 - Reprodução/Digitalização Nupecc

Lançado pela Cooperativa dos Jornalistas de Porto Alegre em 1974, durante o período do AI-5 da ditadura militar, o Coojornal trazia mensalmente reportagens, entrevistas e peças de humor acerca dos fatos ocorridos à época. Ao todo, circularam 82 exemplares do informativo, inicialmente entre jornalistas e, depois, chegou ao grande público. Com o objetivo de preservar a história da publicação, todas as suas edições foram digitalizadas.

A iniciativa de digitalização surgiu do professor Antônio Carlos Hohlfeldt, que também coordenou o projeto, com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs). O projeto foi uma parceria com alunos bolsistas de pós-graduação da Escola de Comunicação, Artes e Design - Famecos, da PUC, e com a editora Libretos que, em 2011, publicou um livro com uma seleção de reportagens e notícias em um período em que se buscava recuperar a democracia.

Segundo o professor, a ação é fundamental para resguardar a história do Jornalismo. "O papel deteriora, então, o objeto principal é não perder este material e torná-lo universal para que sirva como objeto, também, para pesquisas", explicou ao Coletiva.net. Para o jornalista José Antonio Vieira da Cunha, que foi o primeiro presidente da cooperativa, de 1974 a 1980, "resgatar a história da publicação é resgatar uma parte relevante da história da imprensa gaúcha e brasileira. Fica assim eternizada a rica trajetória do jornal que foi considerado um dos cinco mais importantes da imprensa alternativa no Brasil durante os anos 70 e 80, aqueles que ficaram conhecidos como os anos de chumbo".

Durante três anos, os alunos reuniram o material e passaram para versão digital, que está disponível no site do Núcleo de Pesquisa em Ciência da Comunicação (Nupecc). Outro informativo digitalizado pelo grupo de pesquisa foi o Pato-Macho, publicado no mesmo ano que o Coojornal. "São dois jornais de referência enquanto imprensa alternativa, cada um com um modelo diferente, mas ambos mostram a potencialidade do Jornalismo", concluiu Hohlfeldt ao portal.

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