Versão da hora

Conar irá analisar história fictícia da Diletto contada como verdadeira

O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) deve julgar no próximo dia 11 dois processos sobre marcas que apresentam em sua comunicação histórias fictícias como se fossem verdadeiras. Os processos envolvem as marcas Diletto e Do Bem. Essa, segundo informações do Meio&Mensagem, será a primeira vez que o conselho analisará casos envolvendo storytelling na comunicação de marcas. As mentiras contadas na história das duas marcas foram reveladas em reportagem da revista Exame.
A Diletto teria nascido a partir da inspiração nos produtos produzidos por Vittorio Scabin, sorveteiro da região do Vêneto. Conta a história que ele fabricava picolés com frutas frescas e que teve de buscar abrigo em São Paulo por causa da Segunda Guerra Mundial. Seu retrato, assim como a foto do carro que usava para vender sorvetes na Itália, estampa as embalagens da Diletto, mas Vittorio nunca existiu. Com a repercussão, a marca sustentou que se trata de "uma narrativa fictícia inspirada em fatos reais, criada para reforçar de forma lúdica os nossos valores únicos".
A marca de suco Do Bem diz que as laranjas que usa são colhidas fresquinhas na fazenda do senhor Francisco, no interior de São Paulo, um "esconderijo secreto que nem o Capitão Nascimento poderia descobrir". Entretanto, as frutas usadas vêm, na realidade, de diversos produtores. A marca justifica dizendo que cresceu muito e precisou incorporar outros fornecedores. Nas redes sociais, a Do Bem publicou uma nota fiscal indicando a compra de laranjas de um Francisco, acompanhada do texto: "Estão dizendo por aí que o Seu Francisco JAMAIS existiu? Será que nossas laranjas caem de uma galáxia nunca descoberta pela NASA? Está aí uma imagem de uma nota fiscal de laranja que vale mais do que 2.000 palavras".

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