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Relatório realizado com 100 startups aponta que empresas de Jornalismo estão mais propensas a serem viáveis economicamente

Um estudo realizado com 100 startups de Jornalismo apontou que há mais viabilidade econômica em iniciativas da área com nichos específicos ou especializadas nos meios digitais na América Latina. A informação está presente no relatório "Ponto de inflexão", produzido pela organização SembraMedia, onde foram consultadas empresas brasileiras, colombianas, argentinas e mexicanas durante dez meses.
O documento tem como objetivo estimular e fortalecer o ecossistema de mídia digital na região. O jornalista Sérgio Lüdtke, um dos pesquisadores do projeto, contou que mais de uma centena de itens foi levantada sobre cada um dos empreendimentos. Foram registrados tópicos como inovação, impacto dos empreendimentos, modelos de negócios e audiência. "Essa base foi analisada e, como resultado, se produziu algo muito consistente sobre o estado do empreendedorismo digital na América Latina", constatou.
Entre as startups avaliadas, 25 brasileiros entraram na pesquisa, como Agência Pública, Aos Fatos, AzMina, Jota, Meio, Nexo, Ponte Jornalismo e Repórter Brasil. "Há poucas diferenças entre as brasileiras e as de outros três países, mas uma delas é mais marcante. Parece haver aqui mais dificuldade para obtenção de recursos financeiros. Há várias explicações possíveis para isso, desde a diversidade dos meios pesquisados até a crise econômica pela qual passa o País", ressaltou, Lüdtke.
O relatório também apontou que o número de diferentes empreendimentos digitais, que conseguem se sustentar em torno do Jornalismo de qualidade, tem crescido. Dos 100 estudados, 90 responderam às perguntas a respeito da sustentabilidade financeira e quase metade demonstrou estabilidade. As despesas foram equivalentes às receitas na maioria dos casos; 43 apresentaram lucro, e 47 tiveram perdas. Alguns dos veículos ainda gastam seu capital inicial para se manterem em um modelo sustentável.
A publicidade é a principal fonte de receitas nos veículos mais lucrativos. Em outros casos, uma lista de oportunidades de renda tem surgido para diversificar os ganhos. Mais de 65 veículos usam pelo menos três maneiras distintas para obter receitas, e apenas nove dependem exclusivamente de uma fonte.

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