Comércio gaúcho apresenta queda de 1,3% nas vendas de abril

Maior retração ocorreu na comercialização de tecidos, vestuário e calçados, que fechou em -20,6%

No mês de abril, o comércio do Rio Grande do Sul apresentou uma variação negativa de 1,3% no seu volume de vendas, em comparação com o mesmo período do ano passado. O segmento varejista registrou queda de 5%, com a maior elevação no setor de combustíveis e lubrificantes (8,4%) e a maior queda nas vendas de tecidos, vestuário e calçados (-20,6%). Já o segmento atacadista revelou um acréscimo de 2,1%, com o setor de matérias-primas agropecuárias, tendo a maior variação positiva (27,9%). A maior queda (-21,7%) foi registrada no setor de material de construção, madeira, ferragens e ferramentas.
Os números fazem parte do Índice de Vendas do Comércio do Rio Grande do Sul (IVC-RS), divulgado nesta segunda-feira, 15, pela Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS), em parceria com a Fundação de Economia e Estatística (FEE). Conforme a avaliação do presidente da Fecomércio-RS, Flávio Sabbadini, o lado positivo dos resultados se deu pelo setor atacadista que, com vendas em alta, podem estar sinalizando um período melhor para o varejo. "O atacado antecede as necessidades do varejo, sendo assim, podemos acreditar que se o atacado vendeu mais, o varejo comprou mais, ou seja, no varejo a demanda já apresenta alguma recuperação nas vendas. A expectativa é de que possamos ter resultados mais satisfatórios no próximo mês", acredita Sabbadini.
Para o assessor econômico da Federação, Carlos Cardoso a queda expressiva, principalmente nos números varejistas, mostra que há uma reversão das expectativas de fim da crise. "Esperávamos uma queda no volume dos negócios, mas os números apresentados superam negativamente nossas estimativas. A retração acabou sendo resultado da combinação de fatores ruins que se somaram: crise financeira, o frio que ainda não havia chegado no mês de abril e também a base de comparação ser muito alta, já que no ano passado esta época do ano estava sendo marcada por um período bastante vigoroso da economia", explica Sabbadini. 
A queda de 20,6% no volume de vendas do varejo é resultado direto da postergação das compras de vestuário de inverno. "Os lojistas fizeram a troca de coleções para itens de inverno, mas o consumidor não pôde acompanhar essa mudança, tendo em vista o calor daquele mês", lembra Cardoso. Entretanto, o economista destaca os bons resultados do setor varejista de combustíveis e lubrificantes, que vendeu 8,4% a mais no período. "Este é um indicador que mostra que a economia permanece ativa, com movimentação de mercadorias, no caso dos negócios, e de pessoas, quando se pensa em turismo. O resultado é bastante favorável", explica.
No acumulado do ano (período janeiro a abril de 2009), houve um decréscimo de 3,2% no volume de vendas do comércio do Rio Grande do Sul, em comparação com igual período do ano anterior. O comércio varejista obteve uma queda de 4,5%, com o único acréscimo ocorrendo no setor de combustíveis e lubrificantes (4,8%), e a maior variação negativa, nas vendas do setor de tecidos, vestuário e calçados (-14,9%). O comércio atacadista apresentou uma queda de 1,9%. O setor com maior elevação (veículos, motocicletas, partes, peças e acessórios) teve uma taxa de 12,6%, e a maior queda ocorreu no setor material de construção, madeira, ferragens e ferramentas (-22,3%).
Veja aqui os resultados divididos por segmentos.

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