País precisa diminuir assimetria entre perfis de consumo e produção

No Tá na Mesa, da Federasul, Ciro Gomes apontou a necessidade de ênfase na educação para superar déficit tecnológico

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Para se tornar um player mundial em diferentes setores e superar a defasagem no campo tecnológico e comercial, o Brasil deve diminuir assimetrias nos setores tributário, previdenciário e mudar seu modelo de desenvolvimento. Foi o que enfatizou o deputado federal Ciro Gomes, convidado da reunião-almoço Tá na Mesa da Federasul, onde falou sobre o tema "Conjuntura político-econômica brasileira".
Segundo Gomes, existe uma relação desigual entre o padrão de consumo disseminado pela globalização e as condições de produzir os bens a serem consumidos. "O consumo é global, mas as condições de empreender são nacionais e seguem agravadas" disse, citando a perda de participação do país em mercados como o de calçados, que não conseguiu manter uma grande escala de produção. Gomes também pontuou que nosso modelo atual de exportação, centrada em commodities de baixo valor agregado, não suporta nosso perfil de consumo atual, com uma população 80% presente no meio urbano e com grande penetração de acesso à internet.
Ciro também ressaltou que o país acabou perdendo sua competitividade no mercado internacional porque, principalmente, se deixou superar tecnologicamente e estrategicamente, perdendo terreno para países como a Coreia do Sul, que tinha a metade da participação no mercado internacional e metade do número de patentes brasileiras, e superou o Brasil nesses setores. "Isso aconteceu porque eles colocaram ênfase na educação e fizeram um esforço nacional para atuar em uma plataforma global de desenvolvimento", disse. De acordo com ele, para efetivar a competitividade, é preciso que o Brasil construa uma poupança, coordene o governo e o setor privado em suas estratégias e supere a desqualificação humana, investindo fortemente em educação.
Nas boas-vindas ao palestrante, o presidente em exercício da Federasul, Ricardo Russowsky, salientou que a modernização e o aumento da competitividade da economia brasileira não se fez acompanhar, na ultima década, por reformas que tornassem legislação fiscal e tributária do país mais justa com quem produz, nem modernizando a legislação trabalhista. "Essa agenda de reformas perdidas tem um preço para o país, cujo custo talvez seja incalculável. Temos todos os ganhar, como Nação, se no debate a ser aberto no ano que vem, nas eleições presidenciais, os diferentes candidatos tiverem a grandeza de estabelecer um acordo mínimo em torno dessa agenda de reformas", declarou.

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