Mercado de capitais promete segundo semestre mais aquecido

Expectativa é de uma retomada lenta das ofertas iniciais públicas de ações (IPOs) e das emissões secundárias

A informação de que o Banco Santander estuda fazer uma bilionária oferta de ações no Brasil reforçou a percepção de que o segundo semestre será mais aquecido para o mercado de capitais do País. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a expectativa é de uma retomada lenta, mas consistente, das ofertas iniciais públicas de ações (IPOs) e das emissões secundárias de ações. Especificamente para o mercado de dívidas, a perspectiva é ainda mais positiva. O pano de fundo para esse cenário melhor é a condição brasileira privilegiada em relação ao resto do mundo hoje. "O Brasil é, de novo, a bola da vez", afirmou o vice-presidente do Banco Itaú BBA, Jean-Marc Etlin.
Segundo ele, há três razões principais para isso. A primeira delas é a posição do País como produtor de matérias-primas (commodities). A expressiva demanda chinesa por produtos como soja e minério de ferro, lembra Etlin, impacta positivamente o Brasil. A segunda razão é o mercado interno forte. "As medidas do governo foram importantes para que a demanda aqui não despencasse", observou. Por fim, o executivo cita a tendência de queda para a taxa básica de juros (Selic), que deve levar os investidores do País a buscar opções mais arriscadas para tentar obter uma rentabilidade maior que a da renda fixa. "Entre 8% e 9% dos recursos dos brasileiros estão aplicados em ações, ante uma média mundial que vai de 30% a 40%", comparou Etlin.
O sócio-coordenador da central de IPOs do Brasil da Consultoria Ernst & Young, Paulo Sergio Dortas, acredita que só agora o Brasil conseguirá de fato ser considerado um grau de investimento - selo de qualidade que recebeu das principais agências de risco em maio do ano passado, pouco antes, portanto, de a crise se aprofundar. "Fundos parrudos que não podiam aplicar aqui agora podem", disse.

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