Mercado eleva previsão de inflação de 2009 para 4,53%

Pela terceira semana seguida, o mercado financeiro aumentou a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)

Na pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira, 20, a mediana das estimativas para o indicador em 2009 passou de 4,50% para 4,53%. Com esse aumento, a estimativa fica acima do centro da meta de inflação para o ano, de 4,50%. Há um mês, o número estava em 4,40%. Para 2010, a mediana das previsões para o IPCA também subiu e passou de 4,40% para 4,41%, na quarta alta seguida. O número estava em 4,30% há quatro semanas.
De acordo com publicação na Agência Estado, a projeção suavizada do IPCA para os próximos 12 meses subiu de 4,11% para 4,14%. Há quatro semanas, analistas esperavam 4,09% para a alta do índice no acumulado dos 12 meses seguintes. Entre todos os analistas consultados pela pesquisa, a mediana das previsões para o IPCA em julho aumentou levemente, de 0,35% para 0,36%. Já para agosto, a estimativa passou de 0,30% para 0,31%. Há um mês, o mercado esperava, respectivamente, altas de 0,35% e 0,30%.
O mercado financeiro também manteve a previsão de que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve reduzir a taxa básica de juros da economia (Selic) em 0,50 ponto porcentual na reunião de quarta-feira, o que levaria a taxa Selic para 8,75% ao ano. A projeção é repetida pelos analistas há quatro semanas. Na visão do mercado, após o corte desta semana, a autoridade monetária deverá manter o juro estável em 8,75% ao ano pelo menos até o final do ano. Essa projeção para o final de 2009 também é repetida há quatro semanas. Para 2010, os analistas prevêem o início de um aperto monetário. Nesta semana, a expectativa para a Selic ao final de 2010 subiu de 9,25% ao ano para 9,38% anuais, ante 9,25% ao ano verificados há um mês.
O mercado financeiro manteve a estimativa para a contração da economia brasileira em 2009. No levantamento do BC, a mediana das projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano seguiu em -0,34%. A estimativa é melhor do que a verificada há quatro semanas, quando estava em -0,57%. A retração da economia em 2009 deve ser liderada, na avaliação do mercado, pela produção industrial. Na visão dos analistas, esse setor deve ter contração de 6,09% este ano, ante previsão anterior de queda de 6%. Essa foi a quinta piora seguida da projeção, que há um mês estava em -4,75%.
Ao contrário desse cenário de contração, a estimativa para 2010 melhorou. A previsão dos analistas é de recuperação da economia e a aposta para a expansão do PIB melhorou de 3,50% para 3,60%. Essa foi a primeira oscilação da previsão após 19 semanas seguidas de números repetidos. Para 2010, o setor industrial também deve se recuperar e a previsão de crescimento da indústria melhorou de 4,08% para 4,25%, ante 4,18% verificados há quatro semanas.
O mercado financeiro reduziu a previsão para o nível do dólar no fim do ano. A mediana das previsões para o nível da moeda norte-americana no fim de 2009 caiu de R$ 2,00 para R$ 1,95. Há um mês, essa previsão era de R$ 2,00. Para o fim de 2010, a previsão seguiu em iguais R$ 2,00 pela quarta semana seguida.
O mercado financeiro reduziu a previsão de déficit em conta corrente em 2009 de US$ 16 bilhões para US$ 15,1 bilhões. Há um mês, o mercado esperava déficit de US$ 16,5 bilhões neste ano. Para 2010, a previsão de déficit manteve-se em US$ 22 bilhões, número repetido pela quita semana seguida.
A previsão de superávit comercial em 2009 melhorou e passou de US$ 22 bilhões para US$ 22,9 bilhões, ante expectativa de US$ 20,8 bilhões registrada quatro pesquisas antes. Para 2010, a estimativa de saldo comercial aumentou de US$ 19 bilhões para US$ 20 bilhões. Há um mês, a previsão de superávit era de US$ 17 bilhões para o próximo ano.
Na pesquisa, a mediana das expectativas para a entrada de Investimento Estrangeiro Direto (IED) em 2009 seguiu em US$ 25 bilhões. Para 2010, a estimativa subiu de US$ 26,3 bilhões para US$ 27 bilhões. Há um mês, analistas esperavam US$ 24 bilhões e US$ 25 bilhões, respectivamente.

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