Crise abre oportunidades para multinacionais brasileiras

Multinacional da indústria de autopeças pretende abrir uma nova unidade na Índia

A crise financeira global está abrindo espaços para o crescimento das multinacionais brasileiras. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, as multinacionais do País já começam a aproveitar as boas oportunidades que vêm surgindo, protegidas por um mercado doméstico forte e "treinadas" para períodos difíceis, por causa das inúmeras crises regionais que já atravessaram. Segundo a espanhola Lourdes Casanova, professora da escola de negócios Insead e especialista em empresas latino-americanas, o desinvestimento realizado por multinacionais de países desenvolvidos - os mais afetados pela crise - já rendeu bons negócios no Brasil e também em outros países latino-americanos, como o Chile.
"Elas estão cortando gastos e investimentos em lugares mais distantes e difíceis de administrar', afirma Casanova. Um 'desinvestimento' que beneficiou uma multinacional brasileira foi feito pela mineradora anglo-australiana Rio Tinto, que vendeu seus ativos em Mato Grosso do Sul para a Vale, em janeiro. Um negócio nos mesmos moldes foi fechado pelo banqueiro André Esteves, do BTG, que conseguiu retomar o comando de seu Pactual, anos depois de vendê-lo por US$ 2,5 bilhões ao suíço UBS.
Na semana passada, o presidente da petroquímica Braskem, Bernardo Gradin, reafirmou o interesse em adquirir uma companhia nos Estados Unidos, e disse que um negócio pode ser fechado ainda este ano. Já a Tigre, empresa de tubos e conexões de PVC, manteve seu plano de internacionalização inalterado para 2009. Com sete fábricas no Brasil e oito no exterior, a companhia pretende inaugurar duas unidades, no Uruguai e na Argentina, até o fim do ano.
Na Sabó, multinacional da indústria de autopeças que abriu uma fábrica nos EUA em 2007 e na China no ano passado, a crise foi responsável por mudanças na estratégia de internacionalização. Segundo o diretor geral da empresa para a América do Sul, Luis Gonzalo Guardia Souto, mercados emergentes como China, Índia e Brasil ganharam importância por terem se recuperado mais rápido da turbulência mundial. A companhia pretende abrir uma nova unidade na Índia até o ano que vem - a oitava fábrica fora do Brasil.

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