Cairoli alerta para perda de posição do Rio Grande do Sul

Executivo assumiu mandato à frente da Federasul e da Associação Comercial de Porto Alegre nesta terça

Ao assumir nesta terça-feira, 11, mais um mandato à frente da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do RS (Federasul) e da Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA), José Paulo Dornelles Cairoli reafirmou a tradição da entidade de olhar para o futuro, enxergando os desafios que estão pela frente como o do crescimento econômico e da retomada de posições nacionais. Segundo Cairoli, é urgente colocar  "o Rio Grande do Sul na posição de locomotiva e não de vagão no desenvolvimento do país". Afirmando em seguida, estar preocupado com a realidade gaúcha. "Por quase todos os ângulos que podemos analisar, observamos indicadores de retrocesso que são intoleráveis para um Estado com grande potencial econômico, com trabalhadores capazes, e com empresários empreendedores", advertiu.
Citando números que comprovam a perda de importância do Rio Grande do Sul, o presidente da Federasul lembrou, por exemplo, que a participação do Estado no Produto Interno Bruto (PIB) nacional caiu de 7,3% em 2003 para 6,3%, deixando de circular na economia gaúcha o equivalente a R$ 31,4 bilhões por ano. "Definitivamente, nós temos que virar essa página. Não se tratam de soluções para o ano de 2015 ou de 2020. Precisamos de soluções que sejam acordadas em 2010, para começar a ser implementadas em 2011", defendeu o dirigente empresarial.
Na opinião de Cairoli, o que impede a retomada de um ciclo permanente de desenvolvimento econômico, que gere mais prosperidade e mais empregos para os gaúchos, não são apenas os gargalos de natureza estrutural, como infraestrutura precária e dificuldades na implementação de estratégias de diversificação da matriz econômica. Ele aponta que as dificuldades econômicas "está no impasse político em que nossas instituições estão permanentemente mergulhadas", enfatizou.
Para superar essa fase, Cairoli considera que os partidos precisam ter a grandeza de separar o que é a agenda de governo e o que é a agenda do Estado, estabelecendo um patamar mínimo de consensos em torno de questões vitais para os gaúchos, e trabalhar de maneira concertada em torno deles. Ele ponderou ainda que é preciso "manter um ambiente de estabilidade política no Estado que dê segurança para as empresas. Precisamos enfrentar as ilhas de privilégio que existem no setor público, e fazer com que todos os poderes sejam solidários junto ao poder Executivo no enfrentamento da sua crise fiscal. Para que tudo isso seja possível, é urgente construir um patamar mínimo de entendimento, e é isso que esperamos de nossa classe política."
Com o fortalecimento da Federasul, que conquistou recentemente uma posição de protagonismo nacional ao ocupar a presidência da Confederação das Associações Comerciais do Brasil, Cairoli reconhece que aumentou a sua responsabilidade, não só para apontar problemas, como também de propor soluções. No âmbito nacional, ele lembra que houve ganhos como a consolidação democrática, a estabilidade da economia e o avanço nas políticas sociais que proporcionou o aumento do poder de consumo de milhões de famílias que passaram a integrar a chamada "classe C". Porém, ainda há questões a serem resolvidas como as reformas da legislação trabalhista e a reforma tributária. "A reforma política, vital para moralizar e melhorar as condições de governabilidade do país, não aconteceu. Nós acreditamos que, também no plano nacional, é possível construir um entendimento mínimo em torno dessa agenda, que independentemente de quem seja o próximo Presidente da República, é necessária para o Brasil avançar", concluiu.
Leia também em Coletiva.net
Federasul e ACPA renovam diretoria e Conselhos
Imagem

Comentários