Niall Ferguson mostra aspectos que fizeram Ocidente se sobrepor ao Oriente

Historiador subiu ao palco do Fronteiras do Pensamento 2017 para abordar conceitos do seu livro Civilização

Niall Ferguson no palco do Fronteiras do Pensamento 2017 - Divulgação/Coletiva

Na noite desta segunda-feira, 27, o historiador britânico Niall Ferguson subiu ao palco da penúltima edição do Fronteiras do Pensamento 2017 para mostrar quais instituições fizeram com que o Ocidente se sobrepusesse ao Oriente. Diante de uma plateia de mais de 200 pessoas, o pesquisador apresentou conceitos sobre a temática, com base no seu livro Civilização. Antes de Ferguson conduzir a palestra, esteve no Salão de Atos da Ufrgs, em Porto Alegre, o solista Daniel Hack, que entoou canções no acordeom.

Com o objetivo de que suas teorias fossem compreendidas, Ferguson comparou as instituições a aplicativos que existem nos smartphones, indispensáveis no dia a dia dos usuários. São elas: a descentralização da vida política e econômica que deu condições para o desenvolvimento de estados-nação e do capitalismo; a revolução científica, que ocasionou na vantagem militar do Ocidente; os direitos de propriedade, no sentido de proteger os donos privados e solucionar desavenças entre eles; a medicina, cuja chegada ocasionou na melhoria da expectativa de vida; a sociedade de consumo, que demandou para movimentar a economia e dar sentido à Revolução Industrial; e a ética do trabalho, em que um sistema moral que conduz as atividades.

O propósito de Ferguson foi demonstrar ao público a relevância destes seis itens para a supremacia ocidental, a partir de 1600. Junto aos apontamentos, o professor da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, salientou que qualquer civilização pode se apropriar desta fórmula de sucesso e que, em consequência, disso, prevê o fim da liderança do Ocidente sobre o Oriente.

Ao final, explicou que o conceito de civilização parte da ideia das pessoas serem civilizadas entre si. Para exemplificar, caracterizou que o Twitter é a "parede de banheiros masculinos do mundo", o que acaba refletindo a polarização de opiniões políticas nos Estados Unidos. Ainda, acrescentou que os tweets mais compartilhados são aqueles que possuem tom emocional, obsceno ou ofensivo. "A emergência das redes sociais causa rupturas e gera a não-civilização", finalizou.

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