Cristiane Finger: O que não está no script

Quem poderia imaginar que a garotinha do Interior, superprotegida pelos pais, iria se tornar uma mulher totalmente independente?

Cris Finger - Reprodução

Quem poderia imaginar que a garotinha do interior, superprotegida pelos pais, iria se tornar uma mulher totalmente independente? Nem ela mesma consegue entender como superou a aversão a Porto Alegre e às barreiras da vida agitada da cidade grande. "É até engraçado ver como eu sou hoje", conclui Cristiane Finger Costa, que aos 16 anos deixou Caxias do Sul para prestar vestibular na PUC/RS. "Quando cheguei, foi um choque, pois eu era a típica menina classe média do interior em que pai e mãe levavam e buscavam sempre que eu saía", recorda.

Foi na capital gaúcha que Cristiane andou de ônibus pela primeira vez e lembra que ir até o Centro era um castigo. No entanto, hoje é fã número um da cidade. "Acho Porto Alegre maravilhosa porque ainda é pequena o suficiente para a gente conseguir circular bem, e ao mesmo tempo não deixa de ser uma cidade grande. Tem alternativas de teatro e cinema, bons restaurantes com comidas típicas".

No ar

Hoje, é conhecida como Cristiane Finger. "Tentei assinar o nome completo, mas quando entrei na Guaíba uma editora quis que eu usasse só o Finger", explica. Entre os colegas é tratada como Cris, mas se o apelido no trabalho é curto, a rotina é extensa. Além de apresentar o SBT Rio Grande, um telejornal ao meio-dia, é também a editora regional do SBT. "Na verdade, trabalho 14 horas por dia em televisão e com televisão", resume. Além de atuar em TV, há 10 anos é professora de jornalismo televisivo.

Começou em Caxias, na UCS, depois deu aulas na Ulbra e agora está na PUC, onde atua desde 1995. E não é só para trabalhar que Cristiane volta à Famecos, onde está sempre estudando: após a graduação, fez especialização, mestrado e é a primeira doutora em jornalismo da PUC/RS. Aos 38 anos, não pensa em deixar os estudos: "Para mim, estudar é uma compulsão, eu não consigo parar. Agora vou fazer um pós-doutorado". Com uma agenda tão lotada, nem tudo sai conforme planeja: "Eu me atrapalho, não consigo ir ao supermercado, aí o marido acaba atuando".

Ela reconhece que o lazer e o convívio com a família ficam mais prejudicados. Gostaria de ser uma dinda e uma esposa mais presente e está tentando equilibrar o tempo nas diferentes atividades. Mas não reclama da vida agitada: "Puxa, os caras me pagam para eu fazer uma coisa que eu adoro, trabalho num mercado com profissionais instigantes, fontes, equipe e alunos muito interessantes". Assim, quando o assunto é trabalho, Cristiane mergulha de cabeça. Trabalhou na assessoria de imprensa da CRT, na rádio e TV Guaíba, na TVE, na TV Pampa e no SBT, palco de muitas idas e vindas. Iniciou ali em 1987, atuando como repórter no TJ Brasil e TJ Rio Grande. A última vez que retornou à emissora, há dois anos e meio, foi para implantar o projeto SBT Rio Grande.

Por trás das câmeras

Quando não está na correria do dia-a-dia, Cristiane gosta de ler, jantar fora, dançar, ir no cinema e, principalmente, curtir a família. "Adoro pegar a minha afilhada Bruna para passear e também ficar junto com os meus pais e irmãos, somos muito unidos". Está no segundo casamento, mas não tem filhos. "Não deu tempo, estou no meu prazo de validade praticamente vencido, então não sei, se tiver vai ser legal; se não, tudo bem". Cristiane lê de tudo. Por semana, garante ler duas obras sobre jornalismo na televisão. "Sempre fico cruzando duas leituras, é uma coisa maluca, não consigo ler um livro só", expõe. Adora o autor Érico Verissimo, e já leu toda a sua obra literária.

Atualmente, dedica-se também à leitura de clássicos mundiais: na cabeceira, Hamlet. Se o assunto é cozinha, Cris não é uma 'expert'. Tem apreciado mais a culinária japonesa, pois seu marido recentemente concluiu um curso nesta especialidade. Gosta de freqüentar todo tipo de restaurante e cita o Bagutta, como um local agradável. No entanto, revela: "Adoro boteco que tenha boa comida, um ótimo chope e muito bate-papo". Casada com um advogado há dois anos e meio, garante que esta preferência não implica em desavenças entre o casal. "Na verdade, o perfil do meu marido e da minha família não é este, mas ele acompanha", acrescenta.

Geralmente tem a companhia dos alunos para ir em bar e tem aderido ao Bar do Beto II, porque o Beto I é muito concorrido, "e eu odeio filas". Também não gosta de ginástica, caminhada ou corrida. "Não sou um bicho muito saudável, exercício não é comigo", brinca. Nem parece que dançou ballet durante a infância e adolescência. Aliás, a música faz parte de suas preferências, especialmente MPB. Cristiane é assim, gosta das novidades, e entre seus preferidos figuram Capital Inicial, U2, Zeca Baleiro e Marisa Monte. Nas horas em que quer relaxar, escuta clássicos internacionais e nacionais em DVD.

Revela que adora vídeo, e sempre que consegue assiste três ou quatro filmes no mesmo dia. E também sempre que possível põe o pé na estrada. Cristiane conhece alguns pontos dos EUA, boa parte da Europa, a maioria dos países da América do Sul e, por incrível que pareça, o Brasil é o país que menos conhece. "Todas as vezes que eu tive a oportunidade de viajar era mais barato ir para fora do que passear aqui dentro", explica. É para Buenos Aires que volta sempre que pode. Apesar de não ser uma fã dos argentinos, é apaixonada pela capital argentina. "Tudo lá me encanta, principalmente a música, os bares e o clima frio". Cristiane gosta tanto do inverno quanto do verão. Quando está mais quente vai para Torres. Entre todos os lugares que já visitou destaca a praia de Porto Fino, que fica na divisa da França com a Itália. E já planeja a próxima viagem, que será para as ilhas gregas.

A seguir

Os planos de Cristiane são de não parar de viajar e continuar mobiliando o apartamento que o casal comprou há pouco tempo, no bairro Bela Vista. Já profissionalmente, aposta no jornalismo do SBT. Pretende trabalhar muito para que o projeto se fortaleça e possa abrir outros espaços de produção jornalística, com mais profissionais e maior cobertura.

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