Paulo Borges: No clima de Paulo Borges

Poucos minutos de conversa bastam para verificar seu clima de alto-astral.

Poucos minutos de conversa bastam para verificar seu clima de alto-astral. Paulo Roberto Dornelles Borges, 37 anos, é um porto-alegrense nascido e criado em um dos bairros mais descolados de Porto Alegre, o Menino Deus, local já citado até mesmo nas músicas de Caetano Veloso. Lá, Paulo sempre agitou bastante. Antes de se tornar jornalista, exerceu diferentes atividades. "O sonho de todo guri é ter uma banda e um bar e eu realizei os dois", lembra.


Mas não pára por aí. Experiência de vida é o que não lhe falta. "Já fui dono de bar, vendi seguros, comercializei imóveis, trabalhei com advocacia, vendi jóias, fui baixista de uma banda de jazz e até mesmo proprietário de uma produtora de shows". Para ele, os trabalhos anteriores ao jornalismo lhe deram a capacidade de improviso que tem hoje. Cita a produtora de shows P&C Produções, de sua propriedade nos anos 80, como uma grande experiência. "Fomos nós que trouxemos a Porto Alegre cantores como Cazuza, Kid Abelha, Lulu Santos, Barão Vermelho, Ivan Lins, Paralamas do Sucesso, entre outros", recorda Paulo.


Bons tempos


Como se pode notar, Paulo Borges tem muitas histórias pra contar. Quando ele fala sobre seus bons tempos, é possível entender de onde surgiu esse perfil irreverente. Em clima de bom-humor, brincadeira, simpatia e simplicidade ele apresenta todas as manhãs a previsão do tempo no telejornal Bom Dia Rio Grande. Paulo está há seis anos na RBS TV e atribui o sucesso do seu quadro ao formato diferenciado de apresentação.


"Entrei na RBS para apresentar a meteorologia dentro de estúdio com mapa, e acabei ganhando um quadro", explica. Paulo conseguiu quebrar a forma dura do telejornalismo, e acabou criando um novo produto, "fazendo com que as pessoas saiam de casa de bem com a vida", opina. Por tudo, tornou-se conhecido como um cara brincalhão. Não faz apenas gênero: Paulo é exatamente aquela pessoa descontraída que aparece na TV. Conta que trata todo mundo igual, é amigo desde o porteiro até o diretor da emissora. Atende a todos que o procuram. Através de suas brincadeiras, formou um público diversificado, agradando adultos e crianças. Para conquistar tanta popularidade, abusa de criatividade nos quadros que ele mesmo produz e apresenta. Para isso, seu dia começa cedo.


Faça sol ou chuva


Faça sol ou faça chuva, Paulo Borges acorda todos os dias às 4h da manhã para começar as atividades. Mora no bairro Três Figueiras e brinca: "É longinho da TV, mas a hora em que eu saio de casa não tem ninguém no trânsito". Chega em torno de 5h na RBS. Verifica a meteorologia, contata convidados e vai para o local de gravação para as 6h30 estar a postos no Bom Dia Rio Grande. Geralmente não está na TV à tarde. Neste período, procura intercalar seu tempo entre praticar esporte e passear com sua filha, a pequena Estela, de 4 anos. "Na verdade detesto rotina, então vou diversificando, não tenho uma programação fixa", explica. Eventualmente, Paulo faz apresentações de eventos e trabalhos de assessoria de imprensa quando não está na emissora.


Com esse currículo de banda, produtora e "de tudo um pouco", é óbvio que Paulo Borges é um cara descolado que adora a noite. Ele gosta de Porto Alegre e, principalmente, de seus bares. "Só não posso avançar muito na noite porque no outro dia acordo cedo", lamenta. No entanto, não tem isso como um impecílio e sempre que pode sai com os amigos. Geralmente freqüenta a "calçada da fama", região de bares e restaurantes de Porto Alegre, das quais destaca o Liliput "porque lá sempre tem pessoas legais". Também curte teatro, shows musicais e bons restaurantes. Aliás, Paulo não cozinha nada. Há quatro meses está separado e mora sozinho. Ele conta que vive de lanches, "cozinho no máximo pizza", lastima. Paulo diz que aproveita para comer mesmo na RBS, ao meio-dia, e quando sai para jantar em restaurantes. Adora comida italiana e sempre usa o pão como acompanhamento em qualquer prato. E não dispensa um bom vinho.   


Paulo adora assistir filmes. Gosta de todos estilos e segue indicações de amigos, que considera os melhores críticos de cinema. Também conta que gosta de ler, mas ultimamente não tem tido muito tempo e lê somente o necessário para se informar e acompanhar o noticiário. Um dos veículos que mais tem acompanhado é a internet. "Gosto mesmo é de estar na rua praticando esporte, talvez por isso não tenho lido muito", avalia. Aliás, a sua grande paixão é o esporte. Já praticou atletismo, vôlei e hoje se dedica à natação três vezes por semana. E registra que "não pode faltar o futebolzinho sagrado com os amigos e com o pessoal da TV toda semana".


Chuvas e trovoadas


O cara do tempo tem seus climas de preferência. Acha melhor viajar no inverno abaixo de chuvas e trovoadas. Adora o clima de neve para passear com muita roupa. Já quando está trabalhando gosta dos dias quentes, com um clima mais primaveril. Para ele, nesses dias as pessoas ficam mais animadas, e por isso gosta de anunciar na meteorologia que o dia vai ser de sol e calor.


Não diferente de muitos brasileiros, Paulo gosta mesmo é de viajar para fora do país. "Conheço muitos lugares no exterior, viajei no tempo em que o dólar estava um por um. É claro que agora não dá", brinca. Conhece Itália, Canadá, EUA, Suíça, Alemanha, Áustria e não pretende parar por aí. Paulo quer viajar muito e conhecer mais o Brasil. Não fala fluentemente nenhuma língua estrangeira, mas acha que consegue um bom desempenho com o inglês.


Seus planos de estudo incluem voltar a fazer Direito, que chegou a cursar durante três anos e meio. Mas isso ainda é para o futuro. Atualmente, o projeto mesmo é seguir na TV: "Quem sabe essa minha linha espontânea possa se transformar em um programa", acrescenta. Saindo recentemente de um casamento de nove anos, Paulo Borges conta que no momento não tem grandes projeções no âmbito pessoal, "quero mesmo é ser feliz de todas as maneiras", resume.

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