Alex Nascimento: Ansiedade que motiva

Com apenas 29 anos de idade, o publicitário tem uma trajetória profissional completa e é cheio de histórias para contar

Alex Nascimento - Divulgação

Libriano, com ascendente em Escorpião, lua em Gêmeos e meio do céu em Leão. Sem pestanejar, é assim que o publicitário Alex Nascimento define sua personalidade e explica cada influência dos signos: "Sou extremamente intelectualizado, espiritualizado, tenho instabilidade emocional e sou dramático. Em compensação, no lado profissional, sou desbravador e faço acontecer".

É católico de formação, mas no altar em sua casa tem imagem de Nossa Senhora de Fátima, uma estátua de Buda e várias pedras energizadas, pois é no que acredita. Inclusive, é com base na energia dos lugares que escolhe os destinos de viagem, seu hobby preferido. No passaporte tem carimbos de locais como Portugal, Espanha e Turquia, país onde recebeu a notícia que mudaria sua vida.

Apego familiar

Alex sempre foi uma criança muito criativa e curiosa, característica que o levou a querer buscar o que lhe faltava. A princípio, cursaria Medicina, por influência do colégio católico no qual estudou em Ijuí. Chegou a passar no vestibular em Santa Maria, aos 16 anos de idade, porém, foi na mesma época em que o pai, Euler Fernando, havia falecido. "Eu era muito novo e resolvi não deixar a família naquela época difícil. Então, fiquei para ajudar minha mãe e irmã", lembrou, ao mencionar que é bastante apegado à família, que segue morando em Ijuí.

A morte do pai foi complicada, recorda, e conta que chegou a ter depressão devido ao fato. "Quando ele morreu, tive que virar o pai da família", afirma ele, que acredita em ciclos: "Encaro isso como uma transição. Talvez eu precisasse passar por isso para amadurecer rápido". E assim foi, visto que praticamente não aproveitou a adolescência, pois logo no primeiro semestre da faculdade, aos 17 anos de idade, começou a trabalhar. 

Enfrentou a fase ao lado da mãe, Namir, e da irmã mais velha, Carla Sabrina, professora de Ciências e Química. Tem, ainda, duas sobrinhas, Nathália, de 20 anos, que estuda Odontologia, e a pequena Lia, de seis anos. "São os amores da minha vida. Não pretendo ser pai porque já tenho elas como se fossem minhas próprias filhas", derrete-se ao falar das meninas.

Conta, aliás, que Lia deu a ele o apelido pelo qual é chamado por toda a família: Dada. A alcunha substituiu Pepo até a sobrinha mudar a tradição familiar. E não é somente em casa que Alex é chamado por outro nome. No G5, onde é head de Estratégia da Sunbrand, todos se referem a ele como Cap, derivado de Capitão Nascimento, devido ao sobrenome.  

Destino escrito na borra de café

Mesmo sendo aprovado em Medicina em todos os vestibulares que tentou, seguiu na Publicidade e Propaganda, obedecendo ao resultado de um teste vocacional que fez quando jovem. Primeiro, pensou que queria ser relações-públicas, mas a profissão, a seu ver, era - e ainda é - incompreendida, especialmente no Brasil. 

Foi a admiração por Roberto Justus e Walter Longo que o fez mudar de ideia e estudar PP, curso no qual se graduou na Unijuí. "Quando comecei a pesquisar sobre a área, essas duas figuras foram emblemáticas e pensei: 'Quando crescer, quero ser como eles'". Já no começo da graduação, bateu à porta da então agência Z Comunique, atual Z Agência, na cidade de residência. Tem boas lembranças de lá, quando aprendeu e ensinou muito, pois atuou com Planejamento e Atendimento, enquanto a empresa era mais focada em Criação. Lembra que trabalhou com a Farmácias São João e com o Comercial Zaffari. 

Fez pós-graduação em Marketing na Dom Cabral e começou a expandir sua área de atuação. "Um metido do Interior", como ele mesmo diz, desbravou, também, novos horizontes, fazendo trabalhos como freelancer para as agências Young e VML, de São Paulo. Contudo, decidiu não ir para um grande centro e fez mestrado em Gestão e Desenvolvimento, para seguir na área de Gestão Empresarial. Em 2017, começou a dar aula na graduação da Unijuí, mas viu que não era a "sua praia". Passou, então, a lecionar em cursos in company e na pós.

Estava na Turquia quando recebeu a notícia de que sua vida teria uma reviravolta. Foi lendo a borra de café que lhe falaram que conheceria uma pessoa mais velha que o faria brilhar na carreira. Chegando ao Brasil, viu no LinkedIn uma mensagem de João Satt, presidente do G5, chamando-o para conversar. O bate-papo resultou na vinda definitiva de Alex para Porto Alegre, onde está desde agosto de 2018. Atualmente, viaja bastante para Florianópolis, em função do trabalho, e, a cada 15 dias, pega a estrada para visitar a família e dar aula. "Sou um nômade", define-se.

Artes da vida

Cinéfilo e seriófilo, diz que é formado em 15 temporadas de Grey's Anatomy e atribui a paixão pela série como um resquício da Medicina não cursada. "Foi o seriado que mais trouxe ensinamentos para a minha vida. As frases de Meredith Grey no início e final de cada episódio me definem", explica. Também foi amante de Game of Thrones e, ultimamente, diverte-se acompanhando o reality show RuPaul's Drag Race.

Outro amor é a música e se define como um maníaco do Spotify. Eclético quando os gêneros são Pop e Rock Internacional, é fã do que chamou de "panteão das deusas Pop", como Madonna, Pink, Lady Gaga, Cher e Sarah Brightman, cuja turnê internacional, aliás, acompanhou como gerente na área de relacionamento com os fãs. Na lista ainda está Queen e se emociona ao falar que assistiu dezenas de vezes ao filme Bohemian Rhapsody. No quesito cinema, diz-se ainda um romântico assumido e fissurado em Marvel e Disney. 

O livro da sua vida é O Pequeno Príncipe, o qual relê em cada fase da vida. "Ele sempre me mostra um significado diferente. Não penso que seja uma leitura infantil, mas, sim, para toda a vida. É mágico", pontua. Com exceção da obra ficcional, acaba pendendo para as obras mais técnicas e comenta que chega a ler de oito a 10 livros por mês, especialmente os relacionados à Estratégia.

Intenso e ansioso

Mora sozinho e tem um relacionamento a distância. Reservado, prefere não revelar detalhes da vida amorosa e se limita a dizer que namora há cerca de seis meses uma pessoa de São Paulo, que atua na área da Saúde. "É uma relação boa e funcional, sem cobranças. Dá certo por causa da distância e cada um está na sua própria correria diária", acredita.

Quando está em casa, em Porto Alegre, é um apreciador gastronômico, embora lute contra a balança. Ama cozinhar, principalmente culinária italiana e árabe. Risoteiro de mão cheia, seu prato preferido é risoto de camarão, mas quando visita a mãe, pede filé à milanesa com purê de batata. "É minha memória gustativa", diz. Do pai, outro apreciador da cozinha, lembra com carinho do estrogonofe, tanto que, hoje, não gosta do prato, pois "nenhum superou o que era feito por ele, que era uma obra-prima". Inclusive, Alex começou a cozinhar para resgatar a memória que tem do pai em relação à cozinha. 

Para equilibrar, voltou a frequentar a academia, embora não goste muito da prática. Conta que fazia Pilates antes de se mudar para a capital gaúcha, mas, com pesar, informa que abandonou o esporte. No que tange ao futebol, não é um apreciador, porém, optou por torcer para o Grêmio também para honrar a memória do pai, que era "gremista roxo" e foi até enterrado com a bandeira do Tricolor. "A única vez que fui na Arena foi para ir ao show da Shakira", confessa, aos risos. 

Além do G5, Alex comanda sua empresa de consultoria B612 Estratégia, nome dado em homenagem ao asteroide do livro O Pequeno Príncipe. "Sou intenso e dou tudo de mim, não importa se vai acabar amanhã, porque a gente não sabe como vai ser o dia seguinte. Cada um sabe a beleza e a dor que é ser você mesmo e eu procuro sempre ver mais a beleza do mundo do que a dor."

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