Analisa de Medeiros Brum: Ser feliz é chique

Ela criou a primeira agência voltada para comunicação interna, a HappyHouse. A "Casa Feliz" atende hoje as principais empresas do Brasil.

Analisa de Medeiros Brum - Divulgação

Com mais de 20 anos de experiência profissional voltada para a comunicação, a relações-públicas Analisa de Medeiros Brum foi pioneira no trabalho de comunicação e marketing interno, que tem o objetivo de fortalecer as relações entre empresas e funcionários. Missão que Analisa vem cumprindo com competência frente à HappyHouseBrasil, primeira agência de endomarketing do país. "O objetivo do endomarketing é fazer as pessoas felizes, por isso o nome da agência é Casa Feliz", explica.

Analisa de Medeiros Brum nasceu em Quaraí, há 43 anos. Descendente de índios, viveu na cidade até os 13 anos de idade quando o pai, o bancário Rivaldo, foi transferido para Porto Alegre. "Só conheci televisão quando cheguei aqui, lembro que estava passando a novela "A Moreninha" ". A mãe, Fátima, que já havia estudado na capital foi quem incentivou a mudança. "Minha mãe sempre foi moderna, era linda e muito conhecida na cidade por ser alfabetizadora. Todas as mães queriam que seu filhos fossem alfabetizados por ela", conta. A atenção dos pais, Analisa dividia com os irmãos Selmar,  Raquel e Rinaldo, o que não a impediu de sentir-se uma menina muito cuidada. "Minha mãe sempre gostou de me enfeitar", recorda-se.

Apesar de pertencer a uma família de classe média, Analisa sempre foi incentivada a pensar no futuro e a buscar seu caminho. "Meu pai dizia que não teríamos herança. Quando chegou a hora de decidir por um curso superior pensei em Jornalismo, mas alguém me disse que jornalista ganhava pouco e que relações- públicas era uma profissão promissora. Como já tinha sido avisada que não teria herança, optei então por RP e não me arrependo", conta ela entre risos.

Aos 16 anos, Analisa começou a cursar Relações Públicas na PUC (Pontifícia Universidade Católica). "Eu era tão menina que meu pai não deixava eu pegar ônibus, me levava pra faculdade todos os dias", diz. O primeiro emprego foi aos 15 anos, como datilógrafa no Palácio do Comércio. Aos 18, foi atuar como secretária executiva da ADVB/RS (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil) e começou a colocar em prática o que aprendia no Curso de Relações Públicas. "Participava da organização dos eventos e seminários da ADVB e com isso passei a trabalhar na comunicação", relembra. Aos 20 anos, e com o diploma na mão, já era uma espécie de "gerentona", define ela. "Trabalhava de segunda a sexta na ADVB e aos sábados para a ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), que estava chegando ao Estado e tinha os cursos ministrados na sede da associação".  Pela precocidade como as coisas aconteceram para Analisa, ela conta que se sentia uma menina deslocada. "Saí da faculdade quando meus primos estavam entrando". Por isso, os pais a incentivaram a fazer um novo curso. Desta vez ela optou pela Administração, que cursou na Ufrgs (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Aos 25 anos a jovem, saída de Quaraí, somava duas faculdades no currículo e trilhava uma carreira profissional de sucesso. 

Depois de sete anos na ADVB, Analisa optou por um novo desafio. Em 1990, aos 27 anos, assumiu a coordenação de Comunicação do Senai e foi lá que conheceu o que seria uma grande paixão: a comunicação interna, ou melhor, o endomarketing. "Fazia um trabalho interno de comunicação e fui conquistando prêmios nacionais. Resolvi então estudar mais sobre o assunto. Como não tinha nada sobre isso, passei a ler tudo o que achava que tinha a ver ". Em 1994, ela escreveu o primeiro de seus cinco livro sobre endomarketing. "Fui autora do primeiro livro sobre endomarketing do Brasil", orgulha-se.

Em 1996, teve a chance trabalhar com publicidade na agência Escala, onde atuou como gerente de projetos. Foram quatro anos de muita observação e aprendizado. "Costumo dizer que durante anos tinha um marido, que era o meu emprego, e um amante, que era o endomarketing". Pois em 2000 Analisa decidiu viver com o amante e nasceu a HappyHouseBrasil, primeira agência de endomarketing do país.  

A "Casa Feliz" foi muito planejada e nasceu para ser a melhor e a maior. "Se alguém falar em endomarketing no Brasil tem que falar na HappyHouse, esse é o nosso objetivo e a nossa luta diária", diz Analisa. A agência atende hoje a duas das maiores empresas do Brasil, a Companhia do Vale do Rio Doce (privada) e a Petrobras (estatal), além da Vivo, O Boticário e Gerdau, entre outras. Cerca de 80% dos clientes estão fora do Rio Grande do Sul, e para atendê-los Analisa e a equipe de atendimento estão sempre na ponte-área. "Chego a pegar seis vôos por semana", conta. O bem-estar no ambiente de trabalho é um grande aliado na produtividade, e isso Analisa aplica também na HappyHouse. "Aqui existe muito respeito, ninguém grita com ninguém, ninguém humilha ninguém. Tinha o sonho de ter uma empresa assim e consegui". E completa: "Costumo dizer que isso é chique ou não é chique, é o que basta para os profissionais que trabalham comigo saberem se aprovo algo ou não", brinca ela. 

Meio a meio

A felicidade para Analisa é composta de 50% de realizações profissionais e 50% de realizações pessoais. "Tem que existir um equilíbrio", acredita. Trabalho muito mas nunca esqueço da minha vida pessoal".  Aos 23 anos, ela casou-se com o administrador Radamés Brum, com quem tem a filha Andressa de 10 anos. Há cinco anos o casamento acabou, mas permaneceu a amizade. "Foi uma separação amigável, depois de 14 anos de casamento".

Há dois anos, Analisa está casada com o empresário Írio Piva. Ela destaca que os momentos com a família são de muita felicidade, já que boa parte do tempo ela passa em dentro de um avião. Como concilia a vida pessoal com a profissional? "Correndo", responde, sem esquecer do apoio do irmão Rinaldo Medeiros, responsável por toda parte administrativa da empresa. "A melhor coisa que fiz foi dividir a empresa com meu irmão, que me dá todo o suporte para que eu tenha mais tranqüilidade", afirma. A irmã Raquel também trabalha com ela, no atendimento da HappyHouse.

Nas horas de folga, Analisa gosta de curtir a casa. Escreve poesia - revela que pretende publicá-las, mas só quando for "velhinha"- e toca piano, embora seu tipo de música preferida seja a sertaneja. "É o que costumo ouvir no carro quando estou sozinha, para não ver os olhares de reprovação da família", conta ela. Os livros são seus companheiros tanto nas viagens como nas horas de lazer. "Leio muito, principalmente romances e livros de comportamento. Os livros me permitem viajar sem sair do lugar e entender outras culturas ", explica. Cozinhar também faz parte do roteiro de lazer dessa amante dos carboidratos. "Adoro massa", suspira. E nas férias nada de avião, ela gosta é de pegar o carro e aproveitar a casa que tem no litoral gaúcho.

Degraus para o sucesso

Uma escada é a marca da HappyHouseBrasil, mas pode-se dizer que esse é também um símbolo que combina muito bem com a forma como Analisa leva a vida. Tudo é muito planejado e cada coisa é realizada ao seu tempo, com muito trabalho e dedicação. "Não existe negócio de sucesso e rentável sem uma dose de dedicação e sacrifício", acredita.  Para Analisa, disciplina, foco e amorosidade são fundamentais para a realização de objetivos e são essas as principais qualidades que ela acredita ter. "As pessoas acham que sou muito inteligente, mas não tenho inteligência acima da média, sei bem avaliar isso, sou muito disciplinada", revela. Dos defeitos destaca a teimosia e ansiedade - que, segundo ela, faz parte do negócio.  

Com cautela, vai avaliando o próximo degrau a subir. Embora seus principais clientes estejam no centro do país, não pretende transferir-se para o Rio de Janeiro ou São Paulo. "Gosto de Porto Alegre, é perto da Serra, perto do mar, e perto do centro do país também. Não quero sair daqui", justifica. Pretende perenizar a agência para que ela possa viajar menos e ter mais tempo para a vida pessoal. "Quem sabe um dia possa aparecer na agência de quinze em quinze dias para as reuniões do Conselho", planeja. Enquanto esse dia não chega, divide-se entre a família, os clientes e as palestras que faz em todo o Brasil, e acompanha de perto todo o trabalho da agência. E em tudo isso, procura sempre colocar um boa dose de amor. "Quero viver bem e só se vive bem com amor; quero que as pessoas que estão ao meu lado possam crescer e ser muito felizes".

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