Claudia Praetzel: Dona de mim

Gerente de negócios do Grupo RBS leva a vida intensa e bravamente

Claudia Praetzel é a última ganhadora de profissional de Atendimento em Veículo - Crédito: Arquivo Pessoal

Imagine poder chegar em casa todos os dias e, após um banho e a janta, zapear pelos canais de televisão enquanto degusta um cálice de vinho. Muitos não entenderão, mas para a gerente de negócios do Grupo RBS, Claudia Praetzel, este é um paraíso do qual desfruta todos os dias. Assim como o hábito de tomar chá diariamente depois do almoço e antes de dormir, que é um momento sagrado, o qual pode ser considerado até um hobby. A paixão pela bebida à base de uva é tamanha que exibe no corpo a imagem de uma taça de vinho.

Adoradora de tatuagens, ela confidencia que deseja fazer mais outras. Porém, enquanto isso, exibe o símbolo de seu signo, Aquário, a palavra fé, bem como free, além do símbolo do infinito e o nome do filho, João, e uma girafa. Todas com um significado muito importante para ela. Como é o caso do animal, paixão antiga de Cláudia, que, inclusive, transborda por meio da coleção de esculturas do animal que possui. "Na adolescência, era o meu apelido, porque eu era alta e magra. Sempre olhava as girafas e as achava tão bonitas", comenta ela, ao dizer que gosta das características que possui: simpática e que não faz mal a ninguém.

Apaixonada por signos, comenta que tem ascendente em Sagitário e que frequentemente faz o mapa astral. "Isso é algo meu, de ser livre e acreditar que posso seguir os valores e crenças que tenho", afirma. A palavra fé é justamente por isso. Ela, que é devota de Santo Antônio, não gosta de padres e nem de intermediação, tanto que frequenta igrejas, mas apenas quando não tem missa e, sozinha, reza.

Empoderada

Com o lema de vida "ser feliz vivendo", Cláudia é extremamente independente e acredita que a música 'Dona de Mim', da cantora Iza, a representa totalmente. Nascida em Porto Alegre, com 56 anos recém-completados, conta que algumas pessoas a acham brava, enquanto outras a descreviam como polêmica. "Acho que sou muito justa. O que não é meu não quero, mas o que é, eu exijo", diz ela, mostrando a personalidade forte e determinada que carrega desde a adolescência.

Rebelde, aos poucos foi conquistando o seu espaço em relação à educação mais rígida por parte da mãe, a professora aposentada de Matemática Marinetti. A jovem não entendia por que era proibida de ir ao cinema sozinha durante o turno da tarde, por exemplo. Chegou até mesmo a morar um tempo com a avó devido às diferenças que tinha com a matriarca. Contudo, diz que foi só uma fase e hoje tem uma ótima relação com a mãe.

Com amigas que mantém há mais de 40 anos, inclusive a irmã, a administradora de empresas Flávia, tenta se reunir com elas pelo menos uma vez por semana, algo que adora fazer. Da infância, também carrega a lembrança do tempo em que a família, ainda composta pelo irmão, o jornalista Alexandre, e pelo pai, corretor de cereais Marco Antônio, morou no Interior, em Tapes. Filha mais velha, recorda-se com carinho das brincadeiras que faziam, além de ficar com os pés no chão e subir nas árvores.

Paixões

Provinda de uma família de torcedores do Internacional, Claudia não poderia ser diferente. "Sou muito colorada e vou sempre que posso nos jogos", assegura, contando que acompanha a torcida no canto, mas gritando como todos. Quando ela assiste pela televisão aos jogos do clube do coração, o filho acompanha os do rival. Isto porque João é gremista e, nestes momentos, a família se separa e cada um vai para um lado. Segundo ela, possuem um acordo de que não se fala de futebol em casa, assim ninguém toca flauta em ninguém.

Na televisão, assiste a algumas novelas globais. E quando não está na frente da telinha, ama ir ao cinema. Dentre os títulos prediletos, está 'Os Outros', filme de suspense - gênero que adora. Apesar do medo, conta ela que também gosta das obras de terror, no entanto, não consegue assistir sozinha e precisa de companhia. Tem interesse também em longas-metragens de guerra e biográficos, enquanto detesta ficção científica. Em relação às comédias românticas, cita 'Uma Linda Mulher'. Outras preferências são a trilogia do 'Poderoso Chefão', além dos clássicos 'Casablanca', 'Assim Caminha a Humanidade' e 'O Vento Levou'. Claudia também confessa gostar muito de séries. Ela, que não levantou do sofá enquanto não acabou 'La Casa de Papel', no momento acompanha 'Suits' e 'You'.

Outro lazer é a leitura.  A biografia de Michele Obama é a obra do momento. Anteriormente, havia lido a do Boni, além da de Nelson Sirotsky. Para ela, esta última teve um significado diferente, devido ao fato de já ter trabalhado com o ex-presidente do Grupo RBS. Com isso, identificou-se com muitas passagens do livro. Em relação à música, adora os artistas brasileiros, como Marisa Monte, Tim Maia e Roberto Carlos, além de samba como Clara Nunes e Elis Regina. Gosta também de rock como Queen, Pink Floyd, Rolling Stones e Beatles - inclusive já foi a dois shows do baixista do grupo britânico Paul McCartney. Com pavor de funk e sertanejo, nasceu em um sábado de Carnaval e, com isso, sempre gostou muito da data. Quando era mais jovem, chegava a pular as cinco noites.

Com o lar como local sagrado, adora passar um tempo em casa e confessa que não consegue dormir sabendo que tem louça na pia e almofadas fora do lugar. Além disso, é apaixonada por viajar. Sempre que tem uma folga, busca dar um pulo fora de Porto Alegre: desde Gramado e Nova Petrópolis até a Europa. Gosta muito de ir para o Velho Continente porque sempre relata uma história, devido aos acontecimentos marcantes que se passaram lá. Também curte visitar os países vizinhos Argentina e Uruguai, bem como os Estados Unidos. Na última jornada, conheceu Copenhague, na Dinamarca. "Lá, tem uma vibe impressionante. Saí renovada", garante.  

Profissional estrelada

Estrelada, Claudia conquistou, em 2018, o título de profissional de Atendimento de Veículo do Ano pelos sócios da Associação Rio-grandense de Propaganda (ARP). Essa, que não é a primeira que ela conquistou, muito menos que foi indicada - ganhou cinco láureas nas quais o seu nome apareceu -, significa o reconhecimento do mercado e um aval de que está no caminho certo - sempre se aprimorando e fazendo o melhor.

Entretanto, os caminhos desejados no início da vida profissional divergiam da área em que atua há 32 anos. Claudia, que sempre quis ser psicóloga, tentou algumas vezes, mas não conseguiu passar em um teste que era necessário na época. Cansada, desistiu desse desejo e ingressou na faculdade de Pedagogia. Todavia, na metade desse curso, ela acabou se encontrando em outra área. A Comunicação Social despertou nela interesse e hoje é uma 'famequiana' graduada em Relações Públicas.

O início na carreira aconteceu por meio do estágio realizado na empresa do tio Cacaio Praetzl. Lá, cuidava do mailing e atualizava informações dos clientes. Após, passou pela agência de publicidade Centro. Apesar de ter sido contratada para exercer a mesma função que trabalhava no estágio anterior, com o tempo, a convivência com as mídias e negócios acabou mudando para este nicho.

Extremamente positiva, a mudança logo a fez assumir o cargo de gerente de Mídia. Porém, desta vez, em uma agência que estava começando, a Upper, do então marido na época, Gil Kurtz - profissional que considera até hoje como uma referência. Depois, também foi diretora de Mídia e, posteriormente, de Atendimento. Na época, um dos clientes era a Zero Hora, e estava apresentando um trabalho para Ricardo Gentilini, quando ele a convidou, mais uma vez, para trabalhar lá. Contudo, foi incisivo: era a última tentativa de contratá-la. "Quando me decidi, senti um frio na barriga que me recordo até hoje. Não me arrependo e faria tudo de novo", recorda.  

Com duas décadas de casa, conta que exerce a mesma função desde o primeiro dia de trabalho, e a cada jornada que passa se apaixona mais. Não que não gostasse das agências, mas descobre um novo universo a cada dia. Tanto que se lembra até hoje da primeira venda que fechou. "Entrei na sala do Gentilini e não parava de gritar de tão feliz que estava", rememora. Hoje, relata que é um desafio perene, pois não existe mais o só vender e, sim, encontrar uma solução para atender, de fato, ao cliente para que consigam melhores resultados.

Com o tempo, fez um MBA em Marketing na ESPM, além de duas pós-graduações: uma em Moda, assunto que a interessava e pensava que podia acrescentar porque atendia a muitos clientes desta área, bem como outra em liderança e gestão de pessoas. Em relação às referências profissionais, aponta, além do ex-marido, e o primeiro chefe na RBS, um gestor exigente, mas muito presente, Renato Mesquita, atual líder, e também se inspira muito em Andiara Petterle, vice-presidente de Produto e Operações do Grupo RBS. Apesar de nunca ter sido da sua equipe, sempre a admirou. Quem finaliza a lista é Marcelo Leite, que lhe mostrou o lado de se entreter trabalhando. E, como passa 90% do seu tempo exercendo a função, diz que se não for algo divertido, não tem como viver assim.

 

 

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