4all: Cenário perfeito

Transformação digital, ritmo acelerado, cooperação, união e colaboração são as palavras de ordem da holding

 

Com apenas quatro anos de trajetória, o hub 4all já alçou voos de gente grande. A empresa foi reconhecida recentemente como a 30ª melhor empresa de Tecnologia de Informação (TI) do Brasil para se trabalhar, na categoria médio porte. E não é à toa que a venture builder é certificada como Great Place To Work (GPTW). Mas quem pensa que é só pelo ambiente despojado, dividido por espaços que mais parecem um centro de lazer, está enganado. O clima da empresa, e dos colaboradores, é o que faz toda a diferença.

Atualmente localizada dentro do Parque Científico e Tecnológico da PUC (Tecnopuc), a 4all não esteve sempre neste espaço. Logo que foi criada, em 2015, a sede da companhia ficava em dois prédios da Rua Furriel, no Bairro Bela Vista. Conforme o CMO da holding e head da Iris - uma das startups do grupo, Antônio Gornatti, embora as equipes se falassem e se conhecessem, não acontecia tão naturalmente como é neste prédio. "O novo ambiente afetou bastante os colaboradores e isso é apontado na curva de aprendizagem", explica, com orgulho.

O engajamento dos colaboradores é tão grande que, quando fizeram a mudança de sede, o pessoal fez, voluntariamente, em um fim de semana, a arrumação do novo espaço e a acomodação dos móveis no lugar. O prédio onde hoje o hub está localizado era antigamente um refeitório dos cabos e soldados do Exército, por isso, é em formato horizontal e conta com algumas áreas verdes, que foram preservadas e são ocupadas pela empresa como áreas de comum convívio. Um exemplo é a Área Zen, onde tem pouco barulho e o pessoal costuma sentar nas esteiras para descansar ou trabalhar.

Na Área Fun tem um espaço para descanso com biblioteca e televisão e, nos fundos fica a Parrilla, espaço preferido do uruguaio Gornatti. No local, qualquer equipe pode agendar e marcar, em qualquer dia da semana, para fazer um churrasco durante o dia ou até reuniões, já que conta com um quadro branco.

Logo na entrada do prédio verde, cor que identifica a companhia, tem uma bateria, onde é comum ver o pessoal tocando na hora do almoço. "Trabalhamos com métodos ágeis e é legal porque o próprio cara regula seu tempo. Então, se tu veres alguém, às 15h, tocando bateria aqui, ele não está procrastinando, deve ter acabado alguma coisa que tinha para fazer e está dando uma arejada", explica Gornatti.

Fora da curva

Além do engajamento, o time é muito movido por causas. Recentemente, fizeram uma visita aos idosos do Asilo Padre Cacique e, depois, os levaram para conhecer o Hub. Inúmeras outras ações, como do Dia das Crianças, Outubro Rosa e Setembro Amarelo, também foram realizadas por eles.

Assim como a iniciativa em que os colaboradores fizeram uma vaquinha e presentearam o Cézinha, que é o rapaz da limpeza, com uma camisa do Inter e um ingresso para assistir a um dos jogos das semifinais da Copa do Brasil, no Beira-Rio. "É comum o pessoal se engajar nas causas de outros colegas", conta Gornatti. "Aqui, literalmente vestimos a camisa", confirma a coordenadora de marketing da holding, Valesca Reichelt, apontando para a camiseta que vestia com as várias nomenclaturas de como as pessoas chamam a 4all.

A conscientização dos colaboradores também é fora da curva. Tanto é que dentro da empresa tem um "mercadinho" autosservice com prateleiras disponibilizando lanches, e freezers com sucos, águas, refrigerantes e sanduíches, onde cada um pega o que quiser e paga com seu cartão. Também é possível ver várias frutas espalhadas por cestas ou refratários pelas salas. Tudo disponibilizado pela empresa.

Outra coisa fora do comum é que no fim do dia, depois das 18h, está liberado o chopp ou vinho na Área Fun ou na Parilla. Tanto é que tem até uma chopeira no local. De acordo com Gornatti, a relação entre os colaboradores da empresa passa um pouco de serem só colegas de trabalho, são uma turma de amigos. O clima é tão bacana que esta "turma de amigos" aproveitou o Halloween para confraternizar e trabalhar fantasiados no dia 31 de outubro.

SuperAPP

Conforme Gornatti, a história da empresa está muito ligada à de seus fundadores, José Renato Hopf e Ricardo Galho. "Os dois saíram da Getnet, onde fizeram um trabalho sensacional, quebrando o monopólio de cartões de créditos do Brasil, e revolucionaram este mercado. Criaram o primeiro unicórnio brasileiro, uma empresa valendo 1 bilhão de dólares", conta. Quando eles saíram da empresa, o Zé, como é carinhosamente chamado por todos, viajou para o Vale do Silício, China e Israel, em busca da estratégia daqueles negócios que hoje foram disruptivos e que começaram startup, como Uber, Netflix e Airbnb.

Na oportunidade, foi tentar compreender o que estava por trás desses negócios, não simplesmente a "sacada" mercadológica deles, mas o que dava sustentação, e entendeu que estavam baseados em alguns pilares: saber tudo sobre o cliente, com big data e analytics, market place e pagamento integrado. "Ele chamou na época de lógica de business de plataforma e criou a 4all, com este nome que significa 'para tudo e para todos'", explica o CMO .

Como até então ninguém tinha feito isso, ficou muito forte que a 4all era um app, mas, na realidade, a ideia era que aquele superaplicativo fosse apenas um conceito, um showroom da proposta de fazer transformação digital nas empresas. Então, em 2017, separaram os pilares em empresas e construíram um hub de negócios e plataformas digitais, que têm a ver com jornada diária.

Criaram três empresas, a Share Eat, que tem o DNA de Diego Fabris; a Uhuu!, que é uma entertainment tech, uma plataforma digital para entretenimento, e que tem sociedade com a Opus; e a Ground, que é uma plataforma digital para o esporte, em parceria com a Rede Globo. Esta última conta com 15 aplicativos oficiais dos clubes de futebol da primeira divisão brasileira e 18 milhões de downloads de aplicativos.

Em quatro anos a 4all se transformou em referência em transformação digital, um hub de empresas digitais, nesta lógica de business de plataforma, com a Phi, Dx.co e Iris. Hoje, é uma venture builder que investe em plataformas e em negócios digitais, que tem a ver com jornada diária das pessoas, conta com cerca de 300 colaboradores, com média de idade que varia entre os 25 e 35 anos e está presente em três locais. Além do Tecnopuc, tem operações no Parque Tecnológico de Pelotas e escritório em São Paulo.

DNALL

Um "DNALL", como eles costumam dizer, de fazedores e de colaboração, de quem vai lá e faz, como explicou o head de Produto e Marketing da Share Eat, Matheus Vigel e que para a gerente de marketing da Uhuu, Renata Klein, está muito adaptado à cultura da empresa como um todo. Felipe Keller, head de comportamento do Share Eat, completa dizendo que é a lógica de um empreendedor interno, onde todo mundo se sente dono e parte da construção de um negócio e por isso não fica só em função da sua tarefa. Com um time de 80 pessoas alocadas em cada um dos projetos, Versione Moura, head da Phi (Fintech), destaca ainda um ambiente muito colaborativo, de comprometimento, onde as pessoas vestem a camisa. Head da Ground, Jorge Ferreira acrescenta também a paixão e energia dos times.

A funcionária mais antiga da empresa, Rosélia Bernardes (a Rô), que faz parte do administrativo e assessora o Zé, aponta a versatilidade de se adaptar e um ambiente maravilhoso para se trabalhar, com muita amizade e flexibilidade. Também um dos mais antigos, Manoel Cardoso da holding elogia o que chama de "um ambiente único para se trabalhar". Valesca ainda destaca a agilidade e a cooperação: "As coisas aqui são muito dinâmicas, acontecem muito rápido e trabalhamos com dinamismo, que faz parte das metodologias ágeis. A colaboração e as pessoas muito alinhadas com tecnologias também devem ser destacadas. Muito qualificadas, tanto na questão de conhecimento como nas atitudes", comemora.

Contribuindo, a especialista de Recursos Humanos (RH) da holding, Ana Carolina da Silva, há três anos no hub, compartilha que o fator humano é colocado realmente em prática. O que é confirmado pelo CEO da Uhuu, Rafael Lemos, que argumenta, com visível brilho nos olhos, que a empresa tem uma cultura de horizontalidade, diversidade, aceitação do outro e de usar toda esta massa de pessoas para construir as soluções em conjunto. "Aqui na 4all somos movidos a desafios e sonhos. Prezamos muito o fator H, que é o humano e realmente acreditamos que a vida com mais Uhuu significa alguma coisa", conclui. 

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