Na última segunda-feira, 7, o presidente Jair Bolsonaro fez um anúncio que mexeu com as entidades representativas de Publicidade. O político informou que quer eliminar, nas contas do governo federal, o Plano de Incentivo, novo nome para o mais conhecido BV (Bonificação de Volume) - verba destinada às agências de publicidade como uma política de incentivo ao aperfeiçoamento dessas empresas. Frente a isso, a Associação Brasileira de Agências de Propaganda (Abap) e a Federação Nacional das Agências de Propaganda (Fenapro) se manifestaram a respeito, nesta terça-feira, 8, e se posicionaram a favor do bônus.

Representante da Fenapro no Rio Grande do Sul, Delmar Gentil conversou com o Coletiva.net e informou que, logo que o presidente se pronunciou, ambas as entidades se uniram para pensar na situação. "Já estamos nos organizando para apresentar ao novo governo uma agenda positiva, pois, ao meu entender, é possível que esta medida seja por falta de conhecimento a respeito do assunto", disse. Segundo ele, a Abap e a Fenapro entendem que o Plano de Incentivo, além de ser uma iniciativa transparente e legal, é um formato que ajuda na qualificação e no aperfeiçoamento das agências.     

Em consonância com o que o presidente nacional da Fenapro, Glaucio Binder, falou, Delmar acredita que as entidades terão uma interlocução positiva com o novo governo; no entanto, trata-se de um assunto a ser resolvido de médio e longo prazo. Conforme Binder, o Plano de Incentivo visa a qualificar e não prejudicar o mercado, e as agências, inclusive, possuem quadros técnicos de muita competência e investem em ferramentas de pesquisa para oferecer os melhores planos de mídia para alcançar os objetivos de cada ação de comunicação.

A reportagem também conversou com Fernando Silveira, presidente do Sindicato das Agências de Propaganda no Rio Grande do Sul (Sinapro-RS), que compartilha da mesma ideia das demais entidades. "O Plano de Incentivo é uma verba regulamentada pelo Cenp (Conselho Executivo das Normas-Padrão) e está redigida há anos, dentro das normas. Só vai para as empresas quando está em contrato", afirmou. Ele também disse que sua posição, enquanto dirigente da entidade, é que tudo o que está contratado e que prevê Plano de Incentivo, independentemente do percentual, precisa ser honrado. "O governo tem possibilidade de encaminhar mudanças de leis e processos. Isso é legítimo. Porém, nós não entendemos como prejudicial, mas eles podem entender", finalizou.