Cinco perguntas para Luciano Suminski

Docente da Uniritter incentiva união de atividades teóricas com práticas, a fim de gerar resultados pessoais e coletivos

Luciano Suminski

  1. Quem é você, de onde vem e o que faz?

Meu nome é Luciano Nunes Suminski, tenho 36 anos. Sou colorado, relações-públicas e professor do curso de Relações Públicas da Uniritter, desde 2016. Sou natural de Viamão, casado com a Cintia Anton Suminski, também RP, e residimos no bairro Glória, em Porto Alegre.

Sou sócio-diretor da Evolução Comunicação e Marketing, agência que criei há 13 anos junto com meu irmão Gabriel Nunes Suminski, que é publicitário. Sempre fui empreendedor e inquieto, exercendo mais de uma atividade profissional ao mesmo tempo.

Estudei na Escola Júlio de Castilhos no segundo grau - mais conhecida como Julinho -, me formei em Relações Públicas na Famecos em 2003, e fiz especialização em Marketing na Ufrgs. Recentemente, terminei o mestrado em Comunicação Social, na PUC, onde pesquisei sobre 'Mensuração de Resultados na Comunicação em Ambientes de Inovação'.

Sou professor da disciplina de Comunicação Organizacional e Economia Criativa do curso de Especialização em Comunicação Organizacional Estratégica, da Universidade de Passo Fundo (UPF). Também fui conselheiro e tesoureiro do Conselho Regional de Profissionais de Relações Públicas (Conrerp) RS/SC de 2007 a 2010.

Além do trabalho e da Comunicação, também sou apaixonado por orquídeas. Faz três anos que possuo um orquidário no sítio dos meus pais em Viamão. Tenho aprendido muito com essa terapia, principalmente sobre paciência e beleza, pois é preciso muita dedicação e cuidado para que, durante um curto período, se tenha a recompensa em admirar esta que é uma flor muito singular.

  1. Como decidiu que seria profissional de Relações Públicas?

Foi em uma feira de profissões da PUC, no estacionamento do Shopping Iguatemi, em 1997. Como muitos outros jovens, tinha bem definido o que não queria ser e que na área de humanas eu encontraria minha futura atividade profissional. Nesta oportunidade, fiquei encantando quando tive conhecimento da atividade de Relações Públicas, principalmente sobre o posicionamento estratégico do profissional, dos aspectos relativos à gestão da comunicação, da perspectiva sistêmica, da pesquisa, do planejamento e das múltiplas possibilidades de atuação profissional.

Quando soube que o relacionamento é a principal dimensão do ser RP, ficou claro que esta seria a minha profissão, e essa paixão se mantém até hoje. Sinto-me realizado e isso é fundamental para continuar estudando, trabalhando e aprendendo; sobretudo, porque é através do aperfeiçoamento das relações interpessoais que poderão surgir as soluções dos problemas do mundo.

Fui orador na minha formatura, junto com outra colega, e tem um trecho do discurso que continua cada vez mais atual: "Vivemos uma situação difícil, onde contextos caóticos remetem a uma complexidade enorme em resolver problemas. As pessoas parecem esquecer alguns princípios básicos para uma convivência harmônica, como o respeito, a humildade e a paciência, fundamentais para que possam existir bons relacionamentos". Sempre gostei de pensar que minha profissão ajuda a resolver problemas.

  1. Qual a importância de os alunos desenvolverem projetos para clientes reais ainda na faculdade?

Boa parte do aprendizado que obtive na minha trajetória profissional veio da união entre a teoria e a prática. Sinceramente, acredito que somente com essa soma é que se possa alcançar bons resultados pessoais e coletivos. Com isso, desde que comecei a lecionar na universidade procurei transformar essa percepção em metodologias que possibilitem o aprendizado dos aspectos teóricos da Comunicação através de experiências práticas.

Quando os alunos são desafiados a testar os conteúdos estudados dentro da sala de aula, acabam encontrando dificuldades, problemas de relacionamento e situações que não saem exatamente conforme planejado. Eles precisam encontrar soluções, exatamente como acontece na vida real e no mercado de trabalho. Percebo que os estudantes gostam e se engajam mais com o aprendizado prático em projetos que envolvam clientes reais.

Neste ano, na Uniritter, tive a oportunidade de conduzir vários projetos com clientes nas disciplinas que ministrei, com destaque para as ações desenvolvidas em parceria com a HappyHouse, quando os alunos de Planejamento de Comunicação Interna participaram de um desafio. O grupo que apresentou o melhor projeto foi premiado com a execução real das ideias, trabalhando em parceria com os profissionais dentro da agência. No primeiro semestre, o cliente foi a Aldeia da Fraternidade; enquanto no segundo, Lar Maria de Nazaré.

  1. O que todo profissional de Comunicação precisa saber para ingressar no mercado de trabalho?

Hoje as transformações no mercado de trabalho estão acontecendo em ritmo muito acelerado, assim como as mudanças nos perfis dos profissionais, das empresas e da sociedade como um todo, principalmente por causa dos avanços tecnológicos. Mais do que adquirir os conhecimentos que envolvem as diferentes áreas da Comunicação, as pessoas precisam estar preparadas para compreender e se adaptar a essas transformações.

É cada vez mais necessário resiliência com as mudanças de comportamentos, hábitos de consumo, surgimento de novas profissões, avanços científicos e, principalmente, com conflitos e desequilíbrios. As empresas precisam se adaptar rapidamente e dependem dos profissionais para isso, conciliando a busca por resultados econômicos e os interesses dos diferentes públicos com que se relacionam.

Considerando a economia global em constante movimento, impulsionada por interesses sustentáveis, pela inovação e a criatividade, vale salientar o papel fundamental do sujeito dentro das organizações, de como ele é percebido e quais são as dimensões que relacionam seu desempenho com os resultados financeiros quando se pensa no propósito dessas empresas.

A própria dimensão do ensino universitário está em constante evolução, e provavelmente irá se transformar drasticamente nos próximos anos. O processo de escolha de uma atividade profissional como algo definitivo e permanente é cada vez mais questionado, fazendo com que jovens tenham perspectivas transdisciplinares na busca pelo aprendizado. Acima de tudo, é necessário à busca pelo desenvolvimento pessoal, antes de qualquer atividade profissional, pois somente as pessoas e as suas relações interpessoais é que poderão contribuir para resolver os problemas da sociedade.

  1. Quais são os seus planos para daqui a cinco anos?

A partir de 2018, além da família, da agência, da docência, das orquídeas e da volta do Internacional à primeira divisão do futebol brasileiro, um novo negócio tem me inspirado a ter muitas ideias e planos de futuro. No início deste ano, fui convidado a inovar e empreender, junto com outros oito profissionais extremamente qualificados, em uma startup cooperativa, chamada Ciclo Reverso.

A Ciclo Reverso propõe em seu modelo de negócio a valorização de resíduos sólidos através de licenciamento, conectando geradores, empreendedores e mercados. O laboratório fica localizado em São Leopoldo e, atualmente, faço parte da diretoria, sendo o diretor de Vendas e Marketing. A startup trabalha para que outros negócios gerem impacto social e ambiental positivos de forma intencional. Ela oferece transferência de tecnologia em gerenciamento de resíduos, possibilitando a transformação de diferentes tipos de resíduos sólidos, inclusive sem valor comercial, em produtos.

O projeto foi classificado entre as 132 finalistas para a segunda etapa do Ciclo 2017.1 do Programa de Aceleração do Inovativa Brasil, realizado pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Nesta etapa, tive a oportunidade de acompanhar a fase final de aceleração realizada na sede do Sebrae em São Paulo, em uma experiência muito rica e transformadora. Este novo desafio, além de ser relevante para meu futuro pessoal e profissional, com certeza irá possibilitar diversas ações envolvendo alunos e profissionais dispostos a inovar e mudar o mundo.

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