Editora-chefe da Marvel Comics conta experiência à frente do cargo

Carol Pimentel ministrou palestra sobre construção de personagens

A editora-chefe da Marvel Comics, Carol Pimentel, subiu ao palco do Share Talks POA para falar sobre uma paixão: edição e produção de quadrinhos contemporâneos. A construção de personagens também foi abordado no bate-papo, que contou a experiência de uma mulher à frente de um cargo em um ramo, majoritariamente, masculino.

Personagens que estão incomodando os leitores mais apegados ao que era feito no passado foram citados no início da palestra. Na Marvel, por exemplo, compartilhou sobre uma nova portadora do martelo de Thor e um menino não tão magro quanto os homens-aranhas que eram retratados anteriormente.

Emocionada, Carol relatou o dia em que um garoto acima do peso lhe falou que o Homem-aranha não era o personagem que estava sendo dito, mas mostrou a ele que estava enganado. "Ele chorou, pois se identificou e pensou que também poderia ser esse famoso super-herói". Os personagens, hoje, não são criados para o antigo leitor que reclama de como o bigode do Homem de Ferro foi desenhado erroneamente, mas para os novos consumidores, conforme a editora.

Em relação à DC Comics, comentou, apreensiva, sobre a adoração pela personagem Arquelina, uma psiquiatra que se apaixona pelo paciente e enlouquece. Conforme Carol, A personagem - criada primeiramente para o cinema e, depois, adaptada para os quadrinhos - é uma má influência para as meninas, porque não vê problemas em suportar o abuso psicológico do Coringa. Para equilibrar a crítica, elogiou a criação de personagens amazonas empoderadas, desenvolvidas pela empresa que assina os conteúdos da Liga da Justiça, como a Mulher Maravilha.

A partir desta imersão, abordou os processos para criação de personagens para quadrinhos, que consiste na decisão de iniciar pelo protagonista ou pelo cenário que este estará inserido. Ainda, é preciso identificar a personalidade do consumidor de HQs, fugir dos estereótipos, ser espontâneo com responsabilidade, ter diversidade e, principalmente, muita pesquisa. Tudo isso compõe as dicas, que acredita ser essenciais, para o desenvolvimento da metodologia de narrativas Storytelling.

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