Qual é a voz do New York Times?

Jornalista Michael Barbaro apresenta diariamente o The Daily, um podcast aprofundando um dos temas centrais da edição do dia

Por Letícia Duarte

A voz do New York Times é do jornalista Michael Barbaro que, diariamente, apresenta o The Daily, um podcast aprofundando um dos temas centrais da edição do dia e entrevistando os colegas sobre os bastidores da cobertura. Em um tempo em que se discute o fim da edição impressa - em entrevista recente, o CEO do New York Times estimou a duração por mais 10 anos para a versão de papel - os podcasts jornalísticos seguem em ascensão nos Estados Unidos, consolidando uma nova forma de dialogar com a audiência e atrair um público mais amplo.

Em menos de um ano, The Daily formou uma audiência de quase um milhão de ouvintes por dia, e se tornou o jornalístico podcast mais popular no país, além de ganhar inúmeros prêmios por excelência em audiojornalismo. No sábado, 10, em um painel no SXSW, no Texas, o público teve a oportunidade de ver o The Daily sendo produzido diante dos seus olhos. Seguindo o mesmo formato que vem ganhando popularidade entre os ouvintes norte-americanos, Barbaro entrevistou no auditório a colega Rukmini Callimachi, especializada em cobrir terrorismo. 

Em tom intimista e, ao mesmo tempo, irreverente, Barbaro começou perguntando por que ela tinha decidido cobrir este tema. Antes que respondesse, ele acrescentou: "Fomos perguntar para sua mãe o que ela acha disso". Na sequência, apresentou uma gravação com a mãe da repórter, contando como a filha já era inquieta e demonstrava indignação com injustiças desde criança.

Rukmini foi duas vezes finalista do prêmio Pulitzer, mais recentemente em 2014, por uma série de histórias baseada em documentos da Al-Qaeda que ela descobriu no Mali. Na entrevista, ela contou como faz para se aproximar de fontes dos grupos terroristas. "Uma dica é circular bastante pelas fronteiras, nas regiões que estão no limite do domínio do grupo terroristas, porque é frequente haver dissidentes. Se você estiver por perto, vai acabar encontrando essas pessoas que saíram ou foram expulsas da célula terrorista, e elas podem te contar o que Estado Islâmico estava fazendo ontem", exemplificou.

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