SXSW: Startup quer criar via expressa para a lua

Robôs dançando e humanos desfilando com óculos de realidade virtual são figuras carimbadas no pavilhão de exposições

Por Letícia Duarte

Quem passeia pelo pavilhão de exposições da SXSW, em Austin, depara-se frequentemente com robôs dançando ao som de música e humanos desfilando com óculos de realidade virtual. No entanto, quem passa pelos estandes acaba sendo surpreendido por projetos ainda mais ousados, como a de uma startup que quer construir uma via expressa para a lua. Com sede no Japão, a empresa Ispace anuncia já ter angariado mais de US$ 90 milhões em colaboração com investidores para lançar o seu projeto, que prevê, em uma primeira fase, enviar duas sondas não tripuladas para o satélite, em um prazo de cinco anos.

"No primeiro momento, a meta é orbitar a lua, mas no longo prazo queremos ser uma referência em transporte para lá, construindo uma via de transporte, uma espécie de trem", contou o especialista em Comunicação da empresa Aaron Sorenson. Segundo ele, o projeto começou há 10 anos, quando a empresa participou de um concurso do Google para enviar um robô para o satélite. O concurso não teve vencedores, mas como a empresa foi uma das cinco finalistas, decidiu seguir com a iniciativa, aproveitando a publicidade recebida na época para atrair investidores.

"O interesse pela lua voltou a crescer na última década, porque já se comprovou que existe água por lá. E, com isso, é possível usar partículas de hidrogênio e oxigênio para produzir combustível, assim a lua pode se transformar em uma estação intermediária para irmos mais longe no espaço. Por isso é preciso construir toda uma infraestrutura, e queremos ser a empresa de referência para esse transporte", explicou. A empresa prevê que, até 2040, o satélite natural da Terra possa suportar uma população de mil pessoas, com 10 mil visitantes por ano. Realidade ou ficção científica? Ainda é cedo para saber.

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