Pravda 10

Já faz algum tempo que parei de ler de forma integral o Zero Hora, exceto futebol, horóscopo, David e Martha.   A partidária coluna de …

11/11/2010 00:00
Já faz algum tempo que parei de ler de forma integral o Zero Hora, exceto futebol, horóscopo, David e Martha.   A partidária coluna de política, em particular, há algum tempo passava ao largo de minha visão. A partir de segunda, dia 8, no entanto, em função do bisado escândalo do Enem petista, fui buscar o máximo de percepções acerca do tema. Ainda que saiba que até Tarso Genro é travestido de democrata pela mídia no momento em que assumirá o governo e distribuirá verbas publicitárias de todas as ordens, não pude deixar de ficar abismado com o oficialismo da abordagem. Nem Lula seria tão petista. No momento em que, num grande atestado de incompetência ampla do governo, provas são entregues com erros que um estagiário de Publicidade e Propaganda identificaria em sua primeira semana de treinamento, e pululam denúncias de vazamento pelo país, a colunista titular do espaço voltou-se contra os estudantes e suas famílias, vítimas primárias e secundárias da ?esculhambação?. Tudo isto, no entanto, ainda que patético, não é nada diferente do que já vem sendo publicado neste espaço há anos. A mal disfarçada defesa do PT em qualquer nível, literalmente, de governo. A novidade agora é o novo alinhamento com o partido, através do ataque à imprensa sem dobradiça na espinha. A jornalista criticou um profissional do sistema Jornal do Comércio de Comunicação que, para provar a vulnerabilidade do exame, enviou informações dele para a redação de seu veículo. Ainda que não houvesse casos de má-fé, o simples controle da prova em todo território nacional é suscetível a todo tipo de vulnerabilidade, o que, em si, tira-lhe a confiabilidade. Estamos falando aqui de oitenta mil vagas gratuitas no ensino superior no Brasil inteiro; de, ainda que minimamente, respeitar o esforço e o mérito de cada estudante. Acima de tudo, há que considerar que, ao propiciar através de um exame fajuto a avaliação dos estudantes estaremos, enquanto sociedade, investindo em capital humano menos qualificado. Diante disso, a jornalista política mais lida do Rio Grande do Sul está pronta para atacar a atividade do jornalista que, tendo conseguido entrar na sala de exame com um telefone celular, demonstrou a iniquidade do sistema petista de avaliar. Sem colocar em risco a integridade física de ninguém, o profissional fez o que um governo sério deveria ter feito: testou e reprovou o modelo. Que bom que ainda temos jornalistas dispostos a buscar a verdade. Ou Você prefere que uma imprensa que não investigue e denuncie? Perguntando Se o episódio do Enem tivesse ocorrido antes do segundo turno haveria alterações nos resultados? Por que o exame foi aplicado tão tarde?