Explorando os nossos limites

Por Erick Formaggio, para Coletiva.net

A inteligência artificial é pilar importante de discussões no mundo todo. A própria ficção nos fez imaginar e explorar possibilidades desse conceito, que não é somente tecnológico. Quando se trata desse tema, precisamos pensar em várias outras coisas como: sociedade, economia, governo e muito mais.

Talvez nos próximos dez anos, os avanços da ciência, através de estudos voltados para a inteligência artificial, nos permitam enxergar um futuro que imaginávamos antes só dentro da ficção, que queríamos para nossas vidas e filhos. Uma quebra de paradigma em nossa sociedade que nos transformará como seres humanos e que proporcionará os nossos próximos passos como espécie. Como humanos, já erramos muito. Para essa quebra, talvez possamos errar mais um pouco. Quando se trata de nós, não há nada garantido.

É certo que haverá uma fase de modificação cultural para que nossos costumes sejam mudados. Não será fácil perder velhos vícios, assumir a nossa fragilidade, discutir questões éticas que talvez sejam incômodas para nós. Algumas perguntas serão comuns: é certo tirar um emprego de alguém e colocar um robô no lugar? Qual é o impacto? Quem vai pagar o imposto daquele posto de trabalho? E os governos, como manterão suas reservas previdenciárias (já escassas) com mais postos de trabalho assumidos por robôs? E nossa educação, será a mesma? A verdade é: robôs trabalham 24/7, não pagam impostos. Tudo precisa avançar em um diálogo que não seja somente tecnológico, mas sim antropológico.

Dentro de todas essas dúvidas, imaginamos que seria formidável lançar uma edição do Festival de Interatividade e Comunicação - FIC18 sobre inteligência artificial, de modo a estabelecer um diálogo importante, mesmo que sem chegar a uma conclusão. A nossa contribuição será feita através de um recorte focado na criatividade, nos negócios e em nossa sociedade.

Acreditamos que, com esse foco, poderemos imaginar o que acontecerá nos próximos anos e, assim, formular nossos posicionamentos como seres humanos, nessa nova sociedade. A maior pergunta que fica é: a inteligência artificial se inspira em nossa cognição. E nós? Inspiramo-nos em quê?

Erick Formaggio é CEO da Whip Digital Intelligence e presidente da Abradi-RS.

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