Líder: o canal de comunicação interna mais efetivo

Por Tássia Jaeger, para Coletiva.net

Divulgada recentemente, a pesquisa de tendências de comunicação interna 2019, feita pela Social Base e Ação Integrada, revela que o canal de comunicação mais relevante na opinião dos respondentes é o gestor imediato (97,9%), seguido da alta liderança (96,5%). A pesquisa ainda mostra que 65,4% das pessoas acredita que o gestor imediato é a iniciativa mais eficaz para se comunicar com os funcionários de uma empresa.

Esses dados, ao meu ver, apenas comprovam o que muitos especialistas da área já apontavam em seus estudos e obras, de que, mesmo em tempos de comunicação digital, a comunicação interpessoal é insubstituível em sua efetividade. O percentual também dá indícios de que a comunicação direta ainda é a mais bem percebida pelos empregados.

Outro resultado da pesquisa, que aponta para este mesmo caminho, diz respeito à priorização das lideranças como canal para desdobramento de campanhas. Ou seja, com 75,8% o líder é o canal mais bem avaliado para efetividade das campanhas de endomarketing. Com isso, entendemos que, além da comunicação direta, é aconselhável, sim, usar a figura das lideranças como porta-vozes de campanhas, seja para divulgar informações relevantes através de canais físicos e digitais - se utilizando de vídeos ou de posts através do perfil do líder em redes sociais corporativas-, como para quaisquer ações que se possa imaginar.

É importante frisar que só usar lideranças em campanhas não é o suficiente, visto que, ainda hoje, devido à diversidade de públicos e suas restrições de acesso aos canais, ter um líder se comunicando pessoalmente com o seu funcionário é a maior garantia de que a informação irá chegar até ele.

Não é à toa que os treinamentos para gestores se comunicarem melhor são o foco para potencializar a comunicação via liderança. 64,5% dos respondentes apostam, além de capacitações, em mentoria de comunicação para os gestores, assim como pautas periódicas de comunicação direta. Tudo isso com o objetivo de qualificar cada vez mais os gestores na sua habilidade de comunicação, que, por muitas vezes, é deixada de lado por eles diante de outras cobranças, como metas e resultados.

Cabe ressaltar que, além de garantir o cascatamento da informação, um líder comunicador engaja sua equipe, na medida em que ela percebe a preocupação de seu gestor em mantê-la informada sobre acontecimentos, mudanças e processos da empresa, assim como na resolução de conflitos. Em muitos casos, é a comunicação o primeiro fator percebido pelos colaboradores como adjetivo de uma boa gestão.  Em consonância com isso, o desafio de comunicação interna mais apontado na pesquisa foi justamente o de engajar as lideranças como comunicadores.

Diante dos dados divulgados, fica para 2019, aos profissionais de comunicação interna e endomarketing, o desafio de buscarem soluções de comunicação se utilizando das lideranças, assim como prepará-las para isso. E lembrem-se: o mundo está digital, mas isso não significa que as pessoas e os processos de comunicação mais tradicionais serão substituídos, porque nunca se falou tanto em humanização, diálogo e proximidade como agora.

Tássia Jeager é jornalista.

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