Redes sociais e o novo jeito de interagir

Por Patrícia Castro, para Coletiva.net

Quando entrei na universidade, no ano de 2000, os monitores dos computadores do laboratório ainda eram de tubo. Só ao logo do curso que eles foram sendo substituídos pelos de telas de led. Naquela época, alguns dos nossos debates em sala de aula eram de como seriam, no futuro, os computadores; os programas e os canais de televisão; as câmeras fotográficas e os celulares, que eram cada vez menores. Além dos questionamentos se o jornal impresso iria sobreviver às transformações tecnológicas e como as empresas iriam trabalhar sua comunicação. 

Nesta época, o aparelho de celular era apenas o meio de comunicação para ligação e torpedo (mensagem rápida), mas já pensávamos no dia em que aquele aparelho pudesse substituir as câmeras fotográficas, filmadoras e controles remotos de televisão. Porém, pelo menos nas discussões em sala de aula, não recordo de falarmos sobre a troca de mensagens instantâneas pelo aparelho.

Ainda estávamos descobrindo as maravilhas da internet e da interatividade online com o blogger, ICQ, MSN, Fotolog, MySpace, Caht, LimeWire e Orkut, rede social que dispensa apresentações e foi a mais usada por internautas brasileiros, até perder seu título para o Facebook, em dezembro de 2011.Este último, que apesar de ter sido criado em 2004, dentro do campus da Universidade de Harvard, só chegou à grande massa de usuários no ano de 2006 e, de lá para cá, é sinônimo de sucesso e crescimento.

No primeiro trimestre deste ano, o Facebook atingiu a marca de 127 milhões de usuários ativos mensais no Brasil, um dos cinco maiores mercados para a companhia. Globalmente, a rede social conta com 2,2 bilhões de usuários mensais.

Redes sociais, como o Facebook, transformaram o modo como a sociedade está interagindo entre si (pessoas, comunidades e instituições), o que provocou uma mudança na vida das pessoas e no contexto em que as empresas estão inseridas. Por isso, em 2018, já é quase impossível não encontrar uma pessoa ou empresa nas redes sociais. Elas estão conectadas o tempo todo em suas páginas ou redes sociais, seja pelo computador ou smartphone, o que parecia algo tão distante no início do século XXI.

Já as empresas estão utilizando as redes como plataforma de publicação e interação, espaço de relacionamento ou rede de mobilização. A vantagem de usá-las para isso é aproveitá-las como mais um canal para empresa se relacionar com o público, um cartão de visitas online e para marcar presença digital. Já o uso como espaço de relacionamento aproveita as redes como um canal de atendimento, realização de vendas, criação de um apelo diferenciado para a marca e comportamento mais pró-ativo no mundo digital. E a rede social vista como ferramenta de mobilização dá poder as pessoas. A empresa usa a rede como um termômetro estratégico de como devem ser serviços e produtos, em que a principal intenção é melhorar a experiência do cliente em todos os contatos com a empresa, da pré-venda ao uso do produto.  Aqui, o foco está no consumidor.

A realidade é que o jeito de comunicar e interagir mudou e, hoje, as redes sociais representam uma oportunidade de aproximação tanto entre as pessoas como pelas empresas com os clientes e possíveis compradores. Agora, começamos a pensar como será daqui mais 20 anos, já que o assunto da vez para o futuro tem sido a inteligência artificial. Será que estaremos falando de robôs ou algo que ainda nem passa pelas nossas cabeças?

Patrícia Castro é jornalista, co-founder e diretora da Ih!Nove Comunicação (http://www.ihnovecomunicacao.com.br).

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