A comunicação essencial

Por Bianca Carneiro, para Coletiva.net

Em tempos de crise, além da crise em si, que passa a ser o centro de notícias e comentários, muito se fala também de problemas, projeções, análises e soluções. Na verdade, muito se fala. E é difícil saber quem escutar, no que acreditar ou com quem refletir. Nesses tempos, mais que outros, a comunicação se torna uma ferramenta fundamental para empresas e negócios. Se torna essencial.

É um fluxo de duas vias: ter fontes seguras para tomar decisões necessárias, estar atualizado com cenários e perspectivas, assim como saber comunicar suas atividades, seu posicionamento, seus serviços e produtos com o público de interesse. 

Comunicar e até decidir quando não comunicar passam a ser decisões estratégicas. O mesmo conteúdo pode ter muitas interpretações. Contar com a comunicação junto à mesa de decisões, acompanhando a montagem de estratégias, pode ser essencial e definitivo para o impacto desejado lá na ponta.

Não à toa, organogramas de grupos de crise incluem a assessoria de imprensa no topo das ações como ferramenta estratégica e imprescindível para superar momentos de adversidade. 

Vemos todos os dias as grandes instituições públicas e privadas de saúde, governos e empresas sendo traduzidas por suas assessorias de imprensa nos meios de comunicação.

Estamos vivendo um momento singular e histórico, com impactos em todas as dimensões da vida, com consequências e necessidade de realinhamento do mercado global. Com o jornalismo e a indústria da comunicação não é diferente. Redações vazias, mas cheias de trabalho. Grades de programação alteradas. Telejornais feitos de casa. Programas de auditório sem plateia. Mas a pauta está cheia.

É justamente neste momento que o jornalismo, seja ele de massa, segmentado, on ou off-line, define a qualidade da audiência e o impacto da informação.

Por um lado, os meios procuram fontes, números, cases e pautas positivas para amenizar o cenário do caos, por outro, é uma assessoria de comunicação que reúne todas as informações a serem repassadas. Também nas crises profissionais, empresas e negócios podem reforçar sua mensagem e sua missão para a sociedade.

Os dois lados do balcão, como costumamos falar, trabalhando ainda mais juntos. Nem toda empresa ou negócio tem um orçamento sustentável, que permita manter todos os fornecedores sem cortes durante uma crise com grandes impactos na receita.

A decisão de contenção de gastos pode ser difícil.  Mas, muito mais difícil pode ser recuperar espaços com público alvo quando a tempestade for embora.

Construir reputação é uma tarefa árdua e de médio e longo prazo. Se afastar e recolher pode indicar uma forma de atuação. Em uma crise queremos saber em quem confiar, quem pode ser agente de soluções e até mesmo quem pode reinventar a roda.

Mas é sempre bom lembrar, com trabalho boas oportunidades podem surgir em meio à crise para criar ou consolidar autoridade e reputação no mercado.

Bianca Carneiro é jornalista, com pós-graduação em Comunicação Empresarial, e sócia da Pauta - Conexão e Conteúdo.

 

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