A criação e seus desafios

Por Bia Lopes, para Coletiva.net

Participar da produção do Guia da Imprensa e da Propaganda, atual Coletiva.net, foi um desafio pessoal e coletivo. Eu tinha acabado de me aposentar oficialmente e, depois de curtir um tempo de liberdade e ócio, decidia o que podia e o que queria fazer da vida, quando recebi o convite do Vieira (José Antonio Vieira da Cunha) pra voltar a trabalhar com ele no Coletiva, empresa mantida junto com Luis Fernando de Morais e José Luiz Fuscaldo.

O Vieira disse que fui a primeira editora do Guia, mas, na verdade, ele era o editor e eu, uma subeditora, repórter e redatora. Recebi a proposta como um desafio, pois fui forjada no jornal impresso, não dominando a linguagem de rádio, TV e muito menos da novíssima internet. Além de me adaptar a uma linguagem que aqui ainda estava sendo definida, havia o desafio da nova tecnologia. Não que pela idade não tivesse acompanhado e sobrevivido a outras revoluções tecnológicas, mas nenhuma tão intensa, impositiva e sedutora quanto a internet. Nesse terreno, eu pouco sabia além de escrever. Mas tinha um professor da novíssima geração, Marcelo Oliveira, que me socorria e muito me ensinou. Foi justamente ele, quem me salvou num momento de desespero, quando desastradamente deletei toda a edição de uma semana.

Além das novas linguagem e tecnologia, o Guia da Imprensa e da Propaganda me apresentou a um mercado pouco familiar, que era o da Publicidade. Eu não tinha fontes, nem conhecia empreendimentos. Daí, meus pauteiros eram Vieira, Fuscaldo e Luis Fernando. Mas por ir credenciada pelo Coletiva, fui sempre bem recebida e, assim, criando minhas próprias fontes e pautas, e desvendando um mundo rico em experiências, que também começava a passar por grandes transformações.

Como disse no início desse depoimento, o Guia da Imprensa e da Propaganda foi um desafio não só pra mim, como para o próprio mercado da Comunicação, pois até seu surgimento não havia um meio de informação sobre profissionais e os trabalhos realizados aqui no Extremo Sul. As notícias eram passadas de conversa em conversa e muitas se perdiam. O hoje Coletiva.net que, inicialmente, corria atrás da notícia, aos poucos começou a ser procurado pelas fontes, aumentando sua credibilidade e seu volume de informação. Tanto que, na época, firmou parceria com o Comunique-se, site do centro do País, sendo hoje um respeitável e completo meio de divulgação de profissionais e trabalhos de Comunicação do Rio Grande do Sul.

Bia Lopes é jornalista. Foi a primeira editora do portal Coletiva.net.

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