A Radiodifusão na era da Convergência Digital

Por Roberto Cervo Melão, para Coletiva.net

Roberto Cervo Melão - Crédito: Divulgação

Desde o início da sua existência, o rádio foi marcado por mudanças. Para que se mantivesse como um dos veículos mais consumidos pela população brasileira, sofreu alterações técnicas e de linguagem. O rádio que sempre foi sinônimo de instantaneidade, com a popularização da internet e a rapidez com que os conteúdos passaram a ser consumidos, viu-se atrasado. Precisou se reinventar novamente. As mudanças e adaptações ocorrem há décadas. Não é à toa que segue sendo um dos veículos mais consumidos, porém, hoje em dia, de algumas formas diferentes. 

A convergência digital não é mais o futuro, ela é o presente e não temos como fugir disso. Ela chegou para ficar e, com certeza, trazer mais qualidade ao nosso trabalho. Com a popularização da internet e o início das rádios digitais, a radiodifusão ganhou novos ouvintes, os jovens que haviam parado de consumir da maneira convencional. Aumentou a interação do locutor com o ouvinte. Hoje, os veículos possuem redes sociais onde a comunicação é infinita. Foi por meio da tecnologia que passamos a ouvir rádios de outros estados, algo que antigamente era impossível. A internet tirou os limites que existiam na nossa comunicação.

Ainda existem dúvidas a respeito da existência da radiodifusão. Vai acabar? As pessoas não ouvirão mais rádio? Como jornalista, radialista e administrador de duas rádios no interior do estado, tenho plena convicção, após anos de experiência, que o que mantém o jornalismo vivo é o conteúdo de qualidade. Se é possível melhorar o conteúdo usando a tecnologia, o rádio além de se manter vivo, irá se manter vibrante!

Por mais que a era digital seja o nosso presente, a maneira como ela existe hoje, daqui há dois anos, já será passado. Isso quer dizer que nossa evolução sempre será contínua. Novos métodos irão surgir, a comunicação irá se reinventar e nós também seguiremos neste ritmo. Talvez não seja possível afirmarmos muito sobre o futuro da tecnologia, mas da comunicação e da informação de qualidade, não há dúvidas: ela perdura. Persiste. É a partir dessas informações, que lemos todos os dias, que compartilhamos agora mesmo nesse texto, que sabemos sobre o mundo. O futuro está cada vez mais na palma da mão. Mas quem vai levar ele até lá, somos nós.

Roberto Cervo Melão é presidente do Sindicato das Empresas de Rádio e TV do Rio Grande do Sul.

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