Comunicação Interna não é uma utopia: os seis anos da minha empresa!

Por Manuella Noschang, para Coletiva.net

Quando decidi cursar Relações Públicas, cujo título de bacharel ostento com muita alegria, sonhava em trabalhar com Comunicação Interna. As frustrações do mercado, quando atuava como funcionária, me motivavam a desejar mudar a forma como os empregados eram tratados. Mas eu queria fazer diferente mesmo.

Eu me deparava com campanhas planejadas, com altos investimentos, presentes, eventos, programas motivacionais. Mas, como contraponto, a mesma empresa que dava premiações, tinha atitudes que não condiziam com os valores pregados. Aquelas palavras bonitas nos quadrinhos da parede, de fato, não apareciam no cotidiano.

"Reconhecimento, espírito de equipe, desenvolvimento pessoal, transparência", e outros termos que encantam os olhos, não correspondem a comportamentos organizacionais que escondem mudanças internas, fusões, crises e outras questões que podem afetar (e muito) a vida de seus colaboradores. Onde está a transparência quando um colega de setor é promovido e nenhum outro integrante da equipe compreende as razões para tal acontecimento? E o desenvolvimento pessoal, quando a empresa não se interessa em qualificar seus funcionários? E o que falar daquelas organizações que estampam em seus valores o espírito de equipe, mas promovem uma competitividade nociva?

Passei por muitas dessas empresas. Integrei o quadro funcional de tantas que me fizeram chorar (de tristeza mesmo). Certa vez escutei de uma "chefe" que eu não era paga para pensar, mas para fazer o que ela mandava. Aquelas palavras tocaram bem no fundo do meu coração relações-públicas e me impulsionaram a buscar a mudança que eu tanto desejava, mas que naqueles lugares, eu não poderia ter. Se eu queria fazer diferente, eu precisava da autonomia que essas empresas não me proporcionavam. Só me restava abrir minha própria empresa.

Quando lembro dessas histórias eu percebo que, embora eu ame meu trabalho, não criei uma agência digital porque era isso que eu queria fazer todos os meus dias. A atuação profissional da Digicare é a gestão de mídias digitais corporativas, mas seu propósito é muito maior. O real sentido da minha empresa é oferecer capacitação profissional em um ambiente onde as pessoas são felizes.

Eu sei, isso tudo parece papo do empresário que acha que a sua empresa é perfeita, que não tem problemas e que todos convivem harmonicamente sorridentes como robôs programados para dizerem que amam seu trabalho. Mas a verdade é que, às vésperas de completar mais um aniversário, a Digicare realizou uma pesquisa de clima, que apontou a satisfação absoluta de nossa equipe. Todas declararam se sentir totalmente confortáveis e seguras na empresa. Foi uma ação desenvolvida de forma que garantisse o anonimato das respondentes, possibilitando o máximo de fidelidade nos feedbacks.

Quando vi os resultados, tive uma sensação inexplicável de dever cumprido: as pessoas que trabalham comigo são felizes, se sentem respeitadas, valorizadas e acreditam que a empresa age conforme os valores que prega. Hoje, tenho a mais absoluta certeza de que cada dia desses seis anos valeu a pena e de que aquela Comunicação Interna com que eu sonhava na faculdade, que não se limita a "ações bonitinhas", mas que de fato enxerga seus funcionários como parte substancial do negócio e os trata como tal, não é mais uma utopia pra mim: ela existe mesmo!

Manuella Noschang é diretora da Digicare Mídias Digitais.

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