Etarismo e outras tantas dores e amores ao lidar com o outro

Por Evane Becker, para Coletiva.net, em especial de Diversidade e Comunicação

Evane Becker - Arquivo pessoal

Com certeza, o preconceito é inaceitável e pede por ações que oportunizem a reflexão e o combate nas suas mais diversas formas. Posso falar, mais especificamente, sobre o etarismo, pelas minhas circunstâncias, seja por idade, vivências e meu jeito de ser e de reagir às coisas que a vida faz comigo. Antes de tudo, gosto de dizer que prefiro vivenciar a filosofia de Jean Sartre: "O importante não é o que fazemos de nós, mas o que nós fazemos daquilo que fazem de nós" e, assim, através do amor próprio me fortalecer para que atitudes preconceituosas não me afetem. Mas, ressalto, isso não quer dizer não lutar contra elas. 

É fundamental buscarmos fortalecer a nossa autoestima para ganharmos energia para vencer social/culturalmente este preconceito que atinge não só o idoso, mas também o jovem e até mesmo a criança. Com foco em pedagogia, acredito que é importante que qualquer preconceito seja superado pela internalização do respeito ao outro, da empatia, humanização do indivíduo e conhecimento do outro. Sim, acredito que além de medidas estruturais para equidade, possamos também trabalhar em paralelo com pequenos gestos que despertem no outro o que ele tem de melhor, o seu lado mais amoroso. Grandes ações são essenciais, mas aqui estou falando de como encarar o outro nos pequenos momentos do dia a dia e ir plantinha por plantinha eliminando qualquer preconceito consciente ou não.

Nossa vida é eterna aprendizagem diária, até os últimos dos nossos dias. 

Certamente, isto só acontecerá por meio da educação, da interação social e de um trabalho com foco na construção de valores, desde a mais tenra idade, com a ajuda de escola, família e sociedade de modo oportunizar às crianças, jovens e adultos, a interação social de forma espontânea, natural e amorosa de olhar o outro em sua plenitude. Eu já sofri preconceito no meu dia a dia por ser mais velha e acredito que além da educação como base para vencê-lo, acredito nas pequenas trocas do dia a dia, no olhar mais o outro e, juntos, buscar um mundo melhor, mais humano, justo e harmônico. Um mundo mais feliz.

Evane Becker é sócia e diretora da Martha Becker Connections

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