Podcast: o protagonismo de estudantes dentro de uma experiência significativa na educação do século XXI

Por Lídia Wotter Santos, para o Coletiva.net

A sala de aula é o palco para as grandes ideias. Diante disso, foi o cenário para dar voz ao pensamento dos estudantes, neste ano de 2021, acerca do entendimento deles sobre o que é "podcast". O podcast é uma ferramenta que compõe oralidade, inspira a imaginação e promove criatividade, dentro de assuntos específicos escolhidos pelos ouvintes. 

Embora sendo uma nova proposta digital, o mesmo tem ganhado muitos "fãs", e ao analisarmos seu potencial percebemos que, trazer esta ferramenta para a sala de aula desenvolve as habilidades cognitivas e transforma o fazer pedagógico em uma aprendizagem criativa, ou seja, uma aprendizagem que envolve questionamentos e experimentação com o intuito de colocar os estudantes como protagonistas a partir de experiências inovadoras que podem desenvolver a compreensão mais ampla e profunda sobre qualquer assunto. Ao serem questionados sobre o que é podcast, as seguintes hipóteses surgiram:

- "É tipo uma playlist de falas, as pessoas falam, falam e tu imagina tudo". (F. 6 anos)

- "É uma coisa que as pessoas mandam e a gente ouve". (L. 5 anos)

- "Um podcast é uma coisa que grava, manda pra alguém, mas antes de mandar tu ouve pra ver se tá bom, se não tá bom grava de novo até ficar bom e depois manda". (A. 6 anos)

- "Podcast é um aplicativo onde tem histórias e a gente pode colocar várias. Eu sempre digo: Mãe coloca podcast pra mim! É muito legal". (G. 6 anos)

Como professora e como ser humano, acredito que precisamos aproximar as ferramentas digitais com as aprendizagens que são desenvolvidas diariamente dentro da sala de aula, para que assim tenhamos dado a oportunidade de cada criança experimentar diferentes maneiras no momento de aprender. É importante salientar que as pesquisas atuais da neurociência comprovam que o processo de aprendizagem é único e diferente para cada ser humano, e que cada pessoa aprende o que é mais relevante, o que gera conexões cognitivas e emocionais. 

Trazendo o uso do "podcast" para dentro das teorias, podemos citar Howard Gardner que na década de 90 criou a teoria das inteligências múltiplas, ou seja, a inteligência pode ser abordada por vários aspectos e que os indivíduos possuem diferentes tipos de mentes, assim, apresentando diferentes inteligências. Portanto, se dentro de uma sala de aula temos 17 estudantes, com certeza teremos 17 mentes únicas e capazes, que pensam, investigam, criam hipóteses e aprendem de diversas maneiras.

Desta forma, é importante colocarmos desafios e novas possibilidades de enxergarem o que está a sua volta e aprenderem com este novo universo das possibilidades digitais. Neste caso, a escola precisa ser um espaço para todas as crianças. E o professor não deve se basear na ideia de que todas são iguais, mas que todas são diferentes dando condições para que todos possam aprender. 

O processo criativo da criança pode ser comparado com uma espiral onde os estudantes brincam, criam, inventam histórias, tudo isso em uma espiral que envolvem todos os processos de uma aprendizagem que coloca a criança como protagonista:

É importante ressaltar que esta espiral precisa ser presente no cotidiano da educação infantil, mas pensando no trabalho com a ferramenta "podcast", o áudio despertou e aguçou a imaginação, a fantasia e a criatividade dos estudantes, além de trazer confiança para aqueles que não se sentem seguros com a exposição visual. Ao produzirem podcasts, os estudantes exercitam a oralidade, escuta ativa, percepção do ambiente e potencializam sua maneira de se expressar.

Lídia Wotter Santos, professora da Educação Infantil, do Colégio Marista Rosário. 

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