Se foi o tempo em que íamos a um restaurante apenas para apreciar um bom prato e uma ótima bebida. Cada vez mais, procuramos lugares que ofereçam uma experiência agradável, atendimento personalizado e até uma atração musical animada, que torne aquele momento mais prazeroso, muito além do sabor do cardápio. Melhor ainda se tiver um ambiente "instagramável" para garantir a qualidade dos stories. É essa a proposta dos pubs e bares, que felizmente estão retornando ao bom e velho ritmo boêmio, após dois difíceis anos de pandemia.

No entanto, a busca pela experiência não está presente apenas na gastronomia, mas também na Comunicação. Seja no impresso, na TV, no rádio e, principalmente, no digital, o consumidor busca muito mais que informação. Se a pressa é inimiga da perfeição, a ansiedade é adversária ferrenha da atenção. Não há mais tempo a perder. Não há paciência para continuar lendo o textão, assistir ao vídeo monótono até o final ou ouvir o extenso comentário do jornalista no rádio (onde não existe a opção de acelerar o áudio como no WhatsApp).

Por isso, nós, comunicadores, precisamos impactar a emoção das pessoas em todas as mídias e formatos que produzirmos. O conteúdo que fizermos tem que gerar aproximação, tem que entreter, divertir quando possível, e provocar o debate de ideias quando necessário ("a polêmica é a mãe da audiência"). A comunicação precisa ser objetiva e vibrante. Como disse Quintana: "Não há nada que substitua o sabor da comunicação direta".

Finalmente, comunicar é muito mais do que informar. Comunicar é tocar no coração. É despertar o prazer no leitor, no ouvinte, no espectador e no seguidor. Em um mundo em que todos se acham comunicadores, que os profissionais de verdade se diferenciem pela capacidade de conexão com o público e de proporcionar sempre um prazer inenarrável a quem os segue. 

A propósito, é um prazer inenarrável poder escrever para o Coletiva.net e mais ainda poder ser lido até aqui por você.

Julio Lemos é jornalista e radialista.