Então, fui convocada - assim mesmo, sem a menor possibilidade de recusa - a escrever um artigo para esta semana especial, de 20 anos de Coletiva.net. Juro que tentei evitar o lugar comum, mas me parece impossível pensar esse marco sem trazer de volta as lembranças do meu início no portal. Era 2011, quando estudante, procurando por oportunidade, enviei meu currículo para a redação. Seis meses depois, Vieira me enviou um e-mail informando a abertura de uma vaga. Estava a menos de seis meses da formatura e em um novo estágio, mas a possibilidade de trabalhar em redação de veículo não é algo que se deixa passar assim.

Conversamos e, alguns dias depois, saí da assessoria de imprensa para conhecer um pouquinho da vida de repórter. Neste portal, aprimorei meu texto, cultivei relações e as primeiras fontes. Ouvi, contei histórias e aprendi na prática a essência do Jornalismo e, claro, descobri o quanto é desafiadora a missão de fazer jornalismo para comunicadores. Aqui, me desenvolvi como profissional - de estagiária, fui efetivada e, assim, permaneci a decisão de me afastar, quase quatro anos depois. Do Vieira e da Márcia, recebi as melhores dicas, atalhos e conselhos - obrigada por isso <3.

Creio que posso dizer que vivi a Comunicação a fundo - e isso inclui experiências positivas e negativas. Já senti, mesmo que por alguns minutos e sem lá trabalhar, o peso de ser mulher na área de Criação de uma agência tradicional. Discuti com gestor de associação para defender a credibilidade do portal. Enfrentei diretor de veículo para defender o direito de perguntar e reportar, e o ouvi reconhecer o erro. Há, ainda, os que evitam se desculpar e os que cortam relações, simplesmente por termos cumprido o dever com o leitor.

Por outro lado, conheci pessoas e histórias extraordinárias, pelas quais guardo carinho e vibro baixinho a cada nova conquista. Experimentei a sensação de publicar o meu primeiro "furo jornalístico", tão procurado pelos repórteres e cada vez mais raro. Aprendi a pensar o jornalismo de forma diferente, com visão estratégica, o que, talvez, seja uma facilidade dos negócios enxutos. Portanto, essa pequena lista de experiências é uma tentativa de levar aos leitores um pouco do que esta equipe encara, na busca diária por retratar o mercado de Comunicação do Rio Grande do Sul. Por fim, registro aqui meu agradecimento e desejo de longevidade, ao Coletiva.net e à Comunicação gaúcha!

Karen Vidaleti é jornalista e sócia-diretora da empresa Karen Vidaleti Comunicação e Conteúdo.