As redes sociais vão valorizar a cultura local e aproximar as pessoas fisicamente até 2020

Por Tatiana Apolinário

Atuar com redes sociais exige jogo de cintura, inspiração e vasto conhecimento sobre a empresa, o público-alvo e o mercado de atuação. No entanto, um profissional de social media precisa obedecer às regras de rotina: criar planejamento, linha editorial, ordem para produção de conteúdo e estratégias. Para atender às tarefas diárias, é indispensável ter uma organização de prioridades para que nada saia do controle, para deixar as ideias fluírem e criar sintonia com a linha de comunicação de cada empresa.

Mas, afinal, por que gastar tanto tempo e dedicação na criação de um conteúdo que será consumido tão rapidamente e esquecido em breve? Todo mundo está nas redes sociais. As empresas estão nas mídias. As opiniões estão no mundo digital. Amigos se conhecem na internet. Relacionamentos começam no ambiente online. Buscas são feitas virtualmente. Tendências, questionamentos, consumo de produtos, serviços e cultura movimentam o crescimento das redes sociais. O mundo se conecta aos pequenos vilarejos e pessoas desconhecidas e situações irrelevantes ganham a chance de ter um espaço com uma voz forte. Ou seja: uma pequena grande ideia pode fazer barulho e gerar uma repercussão imensurável.

Com o crescimento de opções de redes sociais e a facilidade na busca da informação, as pessoas fazem parte do grande ambiente (a internet), mas são divididas em grupos de interesses diferentes. A tendência é de que a segmentação continue existindo, mas sem a divisão de gênero ou raça. Criar conteúdos, ações ou promoções voltadas somente para o público masculino ou feminino tende a diminuir. Sendo assim, a cultura local será um fator determinante na hora de agrupar públicos e consumidores e possivelmente fará com que ocorra a disseminação de pequenos hábitos, histórias ou comércios locais.

O comportamento de usuários das redes sociais mostra uma carência física das pessoas: elas estão buscando cada vez mais contato com o outro, visitando lojas físicas e mantendo a presença pessoalmente. O segredo, então, é apostar em conteúdos voltados para a escassez do tempo: a necessidade de consumir aqui e agora. Mas, afinal, o que faz os usuários se deslocarem, fazer compras ou procurar a sua marca? A limitação do tempo e da quantidade de oferta. Esse limite faz com que cresça modelos de redes sociais como o Instagram Stories, com conteúdos por tempo limitado. Isso cria o gatilho mental de escassez do tempo e faz com que o usuário se sinta especial por consumir informações, serviços e produtos 'exclusivos'.

A falta de carinho também faz com que as pessoas busquem por histórias inspiradoras que sejam bem contadas. Para isso, a tendência é de que as marcas invistam em narrativas para aproximar o usuário com questionamentos, ideias, encantamento e referências que construam comportamentos e personalidades. Todas as empresas deverão seguir o caminho de valorização nos conteúdos produzidos, superando cada vez mais a qualidade.

As redes sociais aumentam as opções dos usuários, fazendo com que criem interesse não somente pelo que as empresas oferecem, mas na forma com que atuam nas mídias. A tendência é de que as marcas se unam no mundo digital, criando 'alianças' de pontos em comum para atingir mais consumidores. Entender o mercado e empresas que possam servir como aliadas será o diferencial do negócio e haverá necessidade de criação de laços para menções e promoções em conjunto.

O movimento é de que as pessoas busquem, cada vez mais, experiências que unam o mundo digital ao físico. As empresas precisam aproveitar as redes sociais e suas possibilidades para unir esses diferentes universos, fazendo com que a sinergia entre eles seja algo natural dentro do cotidiano das pessoas. União, qualidade nas entregas e compartilhamento de informações e serviços exclusivos é o futuro da comunicação com o consumidor.

Tatiana Apolinário é gestora de Relacionamento da mLabs.

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