Conversational Renascense. E você falando em chatbots

Por Billy Garcia, para Coletiva.net

Chatbot é a buzzword do momento e, sob diversos aspectos, faz todo o sentido.

Só pra se ter uma ideia, desde 2016, quando o Facebook liberou sua SDk, já foram incorporados mais de 200 mil bots nessa rede.

No Brasil, players como Natura, Coca-Cola e Globo já usaram, ou usam, bots em algum projeto especifico ou para automatizar canais de SAC/FAQ.

São décadas interagindo com bots, pelo menos desde o clipe de papel do Word.

O que mudou desde então? Porque tanto frenesi? Porque o hype?

Enquanto na China o WeChat soluciona com um único app, praticamente todas as necessidades digitais de um bilhão de usuários, nos Estados Unidos os norte-americanos deixaram de baixar apps. A média de tempo que o norte-americano gasta usando os mesmos cinco apps é de 85%, e considerando que todos esses aplicativos são redes sociais como Facebook, Tinder e Instagram, esse comportamento deve, inevitavelmente, replicar-se no Brasil. Na Índia, o "Próximo Bilhão", como são conhecidos os usuários que somente agora passaram a conectar-se na internet e fazem parte da faixa menos educada do mundo, e que por conta da infraestrutura precária e planos de dados baratos, demandam, talvez até com maior urgência, de sistemas simples e integrados em uma única plataforma, já se renderam ao uso de plataformas conversacionais que usam texto, voz, e imagens.

No final de 2017, a revista Wired previu o fim dos apps.

Quer dizer, eles ainda vão existir, mas deixarão de ser percebidos.

Estarão embarcados, muito provavelmente, numa interface conversacional como o WhatsApp e o WeChat.

Percebeu o padrão?

Tudo plataforma conversacional.

Em diversas partes do mundo.

Simultaneamente.

Bem, voltando à questão dos chatbots.

Os bots são o efeito colateral de um paradigma muito maior, referente ao amadurecimento da computação conversacional e outras tantas necessidades pontuais que se tornam observáveis num mesmo momento da história, mas com porquês e geografia diferentes. Facebook (Messenger), WhatsApp (for Business), Google (api.io), Amazon (Alexa), Microsoft (LUIS) e IBM (Watson) já entenderam que o futuro é conversacional e criaram as suas próprias plataformas de desenvolvimento para interfaces de voz e/ou texto.

No rastro desse movimento, no mundo inteiro pipocam ferramentas de desenvolvimento rápido e simples para criar bots que rodam nessas plataformas.

ChatFuel, LandBot, Blip da brasileira Take.net, são alguns exemplos do aquecido mercado de chatbots.

Então, daqui pra frente, tudo vai ser conversacional?

Não, mas apps e plataformas para banking, running, games, e-commerce terão com certeza uma "versão chatbot" de texto ou voz nos próximos meses.

E sabe por quê?

Porque esses são os componentes básicos da linguagem humana, não interfaces que a metaforizam em botões e formulários, mas algo que está inserido no nosso comportamento desde sempre. FALAR E ESCREVER.

Em bem pouco tempo, assustados, perderemos a inocência a respeito das mudanças de paradigmas que o amadurecimento da computação conversacional carrega consigo.

A automatização de trabalhos recorrentes como campanhas de conteúdo, atendimento de SAC e FAQ e qualificação de perfil de usuários deverá acertar em cheio o mercado da comunicação, especialmente os especializados em conteúdo. É a promessa de que os robôs tomariam postos de trabalho humanos se concretizando agora, bem do seu lado. Talvez até, na sua empresa.

Quem diria que, no final das contas, a próxima grande revolução computacional viria travestida de uma coisa tão simples.

Billy Garcia é designer de Novos Negócios da agência Escala.

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