Por Juceli Azevedo
Num destes dias vinha por uma avenida de Porto Alegre e me senti extremamente desinformado. Pensei por mais um momento e percebi que talvez não fosse somente desinformação minha. Talvez pudesse ser um equívoco de informação. Quem sabe, na pressa, não comi uma ou duas letras e não compreendi o significado do que no outdoor estava escrito. Tranqüilizei-me porque apesar de uma possível falta de letras poderia ainda se tratar de um outdoor rasgado. Vento e chuva e ruas alagadas já são sinônimo de Porto Alegre.
Outras cidades também apresentam problemas, mas isto é política e assuntos de sábios não me despertam o interesse. Ver a vida de tantos ângulos sócio-políticos auto-explicativos não me faria bem, visto que minha forma de ver as coisas é bem mais simples.
Contudo, sabendo que iria cruzar no meu caminho de casa com ele era chance quase que inevitável, relaxei.
Não que o outdoor me despertasse alguma atenção. As cores eram monótonas e parecia tarja de embalagem de remédio.
Passando outro dia pelo local, vi que se tratava de anúncio de um partido político e dizia o seguinte: " Proger - O Social na prática". Olhei para o dito uma vez, duas e senti que passou a me incomodar.
Nada contra o partido, nada contra o que se quis dizer. Mas, precisava ser tão mau com a gente, pobres contribuintes?
Afinal, pelo menos sejam claros conosco. Por qual razão a escolha do outdoor como mídia? Por que as cores? Por que a frase e o uso de uma sigla que poucos conhecem? Quem sabe uma mala direta para os filiados?
Fiquei um pouco aflito com o descaso para com a inteligência. Pensei com meus botões: se eu que já consigo ler jornal do começo ao fim não entendi, a quem se destina o tal anúncio? Qual o público alvo então?
Fiquei na dúvida e com vontade de contribuir. Sei que talvez os responsáveis nem pairem sobre o Rio Grande do Sul.
Então, quem sabe é por isso que ele despencou de pára-quedas numa esquina qualquer de Porto Alegre?
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