Evento traduz o 'sentimento' da personalidade da marca e de uma empresa

Por Eliana Azeredo, para Coletiva.net

Um dos propósitos mais perseguidos pelas marcas é proporcionar experiências agradáveis e marcantes, estabelecendo um vínculo único. E, das múltiplas ações e atividades que se pode desenvolver para mostrar um produto, uma ideia ou buscar visibilidade, um evento tem a capacidade de associar os sentidos à percepção do ambiente em que se está inserido. Pode parecer primário, pois, para o ser humano, usar os cinco sentidos - audição, olfato, tato, paladar e visão - é automático e inerente à própria condição. Contudo, fazer com que, para uma marca, todos eles trabalhem em sintonia e levem ao cérebro informações que sejam, depois, decodificadas e sentidas como relevantes, prazerosas e memoráveis representa um desafio e tanto.

Por isso, no cenário contemporâneo, em que predominam as relações virtuais, em detrimento da comunicação face a face, os eventos, diferentemente do que se poderia imaginar, ainda são instrumentos escolhidos por diversas marcas e empresas para aprofundar seus relacionamentos. Ao contrário de outras atividades de comunicação, eles promovem maior engajamento com os públicos a serem atingidos. É um meio que atinge em cheio um público específico em uma só oportunidade.

Não faz muito tempo os eventos eram uma estrutura espetacular que colocava o público como plateia, apenas recebendo as informações, sem qualquer interação. Hoje, constroem uma comunicação de mão dupla com os públicos, vivenciando os valores da marca, interagindo com ela.

E, como qualquer iniciativa, os eventos precisam ser concebidos e realizados de maneira planejada. Por trás deles, existe um processo racional-lógico e não intuitivo. É crucial a previsão de cenários e o estabelecimento de objetivos, alocação de recursos, tomada de decisões e diagnósticos. Quem ainda vê o evento como uma atividade fácil de ser executada está equivocado.

Assim, a realidade do profissional de eventos é muito mais desafiadora do que se possa imaginar. Ele está sempre pesquisando, buscando tendências e inovações. Isso significa que o desafio é cativar o público de interesse não por intermédio de um produto simplesmente, mas de uma ideia, de valores, atrações e experiências, levando em conta a possibilidade de uma real participação de quem circula pelo espaço.

Nesta era digital, as pessoas querem se sentir próximas e, às vezes, até cúmplices. É imperioso que as marcas reconheçam e possibilitem aos seus públicos voz ativa, aprendendo a fazê-lo de forma amigável e estando preparadas para tal exposição. O novo consumidor não quer ser visto como mero assistente, espectador, sem reação. Ele procura viver junto. Afinal, as marcas fazem parte da sociedade e, mais do que isso, são consideradas entidades personificadas. E o 'sentimento' das empresas pode ser compartilhado e traduzido por meio de um evento.

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