Fênix digital

Por Gilnei Marques A área de Comunicação Empresarial foi altamente beneficiada pela tecnologia desde o surgimento da Internet. Os jornalistas foram os primeiros a …

Por Gilnei Marques
A área de Comunicação Empresarial foi altamente beneficiada pela tecnologia desde o surgimento da Internet. Os jornalistas foram os primeiros a perceber as oportunidades. Nos últimos dois anos, os publicitários passaram a investigar alternativas para campanhas mais adequadas à Rede. Agora é a vez dos relações públicas conquistarem espaço.
Pioneiro na área, o Baguete vem defendendo que os portais corporativos são o melhor veículo de comunicação que já existiu para as organizações fortalecerem seu relacionamento com os colaboradores. E temos encontrado receptividade exatamente porque quem assumiu a responsabilidade pela ferramenta foram os profissionais de TI. O motivo é simples: eles vivem hoje um drama que já foi superado pelos jornalistas e relações públicas na década de 60: conquistar audiência para os "jornaizinhos" da empresa.
Não é o caso de comparar a intranet com os house organ, porque o ritmo e a linguagem são diferentes. Mas eles têm papel similar sob a ótica da Comunicação Empresarial. Ou, mais precisamente, o que chamo de Comunicação Empresarial Digital. Corporações preparadas para prestar este serviço já existem. Não são muitas, é verdade. O Rio Grande do Sul, entretanto, já tem uma que, apesar do nome remeter para a culinária, produz e pesquisa notícias focadas, em tempo real, tão "quentinhas" quanto as padarias.
Por outro lado, para que o trabalho cumpra com todos os seus objetivos, temos sentido falta do profissional de relações públicas dentro das organizações. Até a metade da década de 90, ainda era possível encontrá-los lá. Hoje são uma raridade. Foram alijados do processo e substituídos aos poucos pela área de RH, de Marketing, e, mais recentemente, como expliquei acima, pela área de TI. O mercado os empurrou para a prestação de serviços e, como terceiros, cuidam da organização de eventos, parte mais simples e visível da sua complexa e verdadeira função.
O profissional de Relações Públicas é muito mais do que um especialista em festas. Sua atividade mais nobre é a que pensa a administração estratégica dos relacionamentos entre uma organização e os diferentes públicos que a constituem ou que com ela interagem. E o que as empresas mais fazem hoje através dos meios digitais? Relacionar-se.
Se utilizarmos como metáfora a construção ou manutenção de uma casa, o relações públicas faz o papel do arquiteto, o profissional de TI é o engenheiro, enquanto empresas como o Baguete encaram a argamassa e os tijolos para executar o que foi planejado. E por que o RP é fundamental no processo de Comunicação? Porque, além de preparado tecnicamente para isto, só quem vive o dia-a-dia da organização é capaz de acompanhar a totalidade das necessidades e das políticas que devem ser adotadas internamente.
A percepção de que o relações públicas é fundamental no processo está apenas começando. Mas já é um passo para que a Comunicação Digital finalmente se estabeleça no mais alto nível. Quem precisa acordar para o novo momento talvez sejam os próprios RPs. Estudar o meio e relacionar-se com os profissionais de TI são os passos seguintes. Desde que entrei na área, em 1986, não lembro de oportunidade melhor para os relações públicas mostrarem o seu valor. É a chance da profissão renascer no ambiente empresarial.
* Jornalista, diretor de conteúdo do site baguete.com.br

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