Muito além do cliente

Por Luiz Renato Roble Apesar de tudo o que acontece diariamente no mundo corporativo global, ainda é possível encontrarmos empresários que, mesmo estando há …

Por Luiz Renato Roble
Apesar de tudo o que acontece diariamente no mundo corporativo global, ainda é possível encontrarmos empresários que, mesmo estando há anos no mercado, vêem suas empresas, sejam elas médias ou grandes, como uma extensão de seus próprios egos e administram a imagem institucional delas como se estivessem realizando uma reforma na sala de estar de suas casas.
Na profissão de designers desempenhamos um papel que, além de desenvolver soluções criativas para as mais variadas necessidades, leva informações sobre o posicionamento das marcas que atendemos, e que são passadas ao cliente no automático, na forma de defesa do nosso trabalho.
A dificuldade tida com alguns clientes para que visualizem e valorizem nosso trabalho pode ser contornada quando conseguimos demonstrar claramente que para desenvolvermos um bom trabalho em design temos de pesquisar, criar e apresentar, juntamente com o serviço específico contratado, preceitos básicos que regem ou passarão a reger o pensamento estratégico de muitas das organizações por nós atendidas.
Um trabalho completo de identidade visual, portanto, não se resume na criação de uma logomarca bonitinha, mas na garantia de que ela seja correta e somada com tudo o que está ao seu redor, seja pertinente, verdadeira, comunicativa, sintética, expressiva e prática o suficiente, para que possa significar não só o que é e o que oferece uma determinada marca como o que ela poderá ser e oferecer no futuro.
Nesta hora, mais importante que ser criativo é saber que o nosso verdadeiro cliente é o cliente do nosso cliente, pois é para ele que estamos criando. É preciso descobrir quem ele é, o que pensa, o que quer e espera da marca, dos produtos e dos serviços de quem nos contratou. Para que isso aconteça, a integração de profissionais das áreas de pesquisa, marketing, design, arquitetura, promoção e propaganda deve ser buscada, pois ela pode garantir a decodificação do que o mercado diz e concluir se algo é ou será bom ou não para uma marca.
O cliente final é a peça mais importante do carrossel. É ele que devemos ouvir, mirar e agradar e não os donos da empresa ou da marca. Temos de mostrar e comprovar que somente pensando assim é que teremos marcas e produtos cada vez mais fortes e duradouros.
Como disse no início, convivemos no nosso dia-a-dia com empresários que mesmo estando há anos no mercado ainda vêem mudanças na imagem institucional de suas empresas como vêem uma reforma na sala de estar da casa deles. Enquanto isso acontecer continuaremos vendo empresas brasileiras estagnadas ou definhando, com seus proprietários insistindo em querer ver um projeto de design antes de pagar por ele com medo de não gostar pessoalmente de uma solução de design, acreditando somente naquilo que já aconteceu em design, enquanto a banda passa pela janela.
* Designer e diretor de Criação da DATAMAKER DESIGNERS.
( [email protected])

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