Desde pequenas somos ensinadas rivalizar. A sociedade cria uma competição na qual o desejo é ser mais: mais inteligente, mais magra, mais bem-sucedida. Felizmente, a sororidade chegou, vindo diretamente das fraternidades norte-americanas para o nosso cotidiano. Eu gosto de chamar de cumplicidade. Essa colaboração entre nós, mulheres, é a nossa grande arma, é o nosso poder maior.

O esforço e a garra que nós possuímos são capazes de impactar e de transformar vidas. Sim, nós já sabemos que temos o poder, que somos competentes e que podemos voar alto. Mas quanto nos unimos, nossa força ganha novas e imensas proporções.

Trabalho em um ambiente onde mais de 70% dos meus colegas são mulheres. Grandes mulheres que, juntas, entregam, todos os dias, muita paixão ao próximo. Que impactam diretamente milhares de pessoas que buscam por saúde todos os dias.

Tenho orgulho por serem profissionais tão excepcionais em suas áreas. Não existe o individual. Existe, sim, um senso pelo coletivo, em saber o que o outro precisa. Existe, acima de tudo, empatia e cumplicidade. E é isso que faz a grande diferença.

Como gestora de Marketing de uma instituição com oito hospitais e a responsabilidade de cuidar de uma marca renomada nacionalmente e com grande afetividade da comunidade, busco fortalecer minha equipe com esses valores. Construindo um ambiente onde o bem e o conhecimento são compartilhados. Um ambiente que nos protege e nos empodera para enfrentarmos todas as lutas que precisamos ainda vencer, que nos fortalece para matar todos os leões (e as antas também!) que precisamos combater.

Na vida, no trabalho, na comunidade, é a paixão e a cumplicidade que transforma. Essa força do movimento conjunto que impacta, que contagia, que move o universo. Nesse mundo beta, em permanente processo de mudança, acredito que é a cumplicidade feminina e o compartilhamento do bem comum - somado ao grande movimento que mulheres do mundo inteiro abraçam todos os dias -, que terão impacto para um mundo de respeito e valorização.

Estamos na era do compartilhamento, quando tudo é digital e tudo se publica. Quando, num instante, podemos começar uma transformação para os dois lados: para o bem e para o mal. Eu já escolhi o meu.

Andrea Schüür é gestora de Comunicação e Marketing da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.