Passei o fim de semana carregando um certo desconforto ante a aproximação do  julgamento de ex-presidente Luiz Inácio da Silva.

Lembrei Cecilia Meireles: "Não absolvo nem condeno. Contemplo, tristemente".

Trata-se, no meu sozinho entendimento, de um julgamento equivocado. Para opositores, antipetistas, estamos ante o julgamento de um governo - e governante - de monumentais desacertos.

Para petistas, estamos ante um golpe em sendo infligido pelos poderes legislativo e judiciário, contra um governo que defende os humildes e que pauta a inclusão social como prioridade. 

Nem uma coisa, nem outra. Trata-se de um julgamento de atos de improbidade praticados, ou não praticados, pelo ex-presidente Lula.

Arrastar este processo para o foco político afronta o juiz que prolatou a sentença do recurso posto em pauta.

O sectarismo político a que estamos sendo arrastados impede uma reflexão sadia sobre os fatos.

E a emoção não é a melhor conselheira nem o partidarismo confiante guia nessa jornada que nos deveria conduzir ao bom senso.

O Brasil não está construindo uma estrada para o futuro. Está, isto sim, patinando num beco escuro. Nenhum governante da Nova República teve coragem de realizar as reformas que o País carece. Estamos na contramão da história.

Luiz Coronel é publicitário e fundador e sócio da agência Matriz.