Diversidade é fundamental para a inovação

Painelistas do Coletiva Debates dizem que mix de vivências e olhares cria condições para inovar

Debatedores são curadores de eventos de inovação - Divulgação/Coletiva.net

"O que ainda falta falar sobre inovação?" Essa foi a provocação da publisher Márcia Christofoli aos participantes do Coletiva Debates sobre Tendências e Inovação, realizado com apoio do Sicredi. Os três debatedores - Alessandro Jacoby, diretor de Marketing da NOC, plataforma online de conteúdo para redes sociais; Daniele Lazzarotto, sócia-diretora da Tricô; e Melissa Lesnowiski, gerente de Inovação da Aldeia - são curadores de diferentes festivais de inovação, espaços em que o tema é abordado sobre diferentes prismas.

Para Jacoby, não falta falar, e sim, ouvir. "Criança aprende por dor ou por repetição. Então, precisamos participar destes eventos e ouvir de novo. Quanto mais tu estiveres aberto a aprender coisas, mais a inovação está em ti", afirmou. O discurso foi corroborado por Danielle, para quem a criatividade é mais importante do que o conhecimento. "Quando a gente vai a um evento de inovação e absorve conhecimentos novos, isso talvez não seja tão importante para as nossas vidas quanto se forçar à inovação, principalmente porque as pessoas só escutam o que estão prontas para escutar. Quando a gente vai em 15 festivais e escuta as pessoas falando as mesmas cosas, vai chegar o dia em que vai cair a ficha. Abracem a criatividade mais do que o controle e a busca por conhecimento", disse.

Segundo Melissa, o trabalho é feito em conjunto entre curadoria, palestrantes e plateias. "A curadoria tem que ser vista como uma provocação, não como um remédio que resolverá nossos problemas. Uma provocação tem que vir no palco e outras da plateia, que não pode ter uma postura passiva de só assistir, mas sim o que eu posso fazer amanhã para implantar o que eu estou ouvindo", comentou. A responsabilidade é híbrida e mista, de todo mundo, em tentar não trazer sempre mais do mesmo. A provocação tem que ser boa, mas é necessário que a gente traga mensagens que são relevantes.

Márcia afirmou que, ainda que se fale sobre dados e inteligência artificial, a inovação envolve pessoas. "Alguém tomou a decisão, alguém operou essa máquina. Não está ligada à geração Z e não tem a ver com dinheiro", provocou. Jacoby disse que o segredo é se movimentar. "Toda vez que tiver certeza de algo e está tudo muito confortável, te movimenta. Se vieram a este festival acompanhados, separem-se e se abram para informações novas. Se tu não te abrires, vais ter a sensação do mais do mesmo. Saiam do conforto", orientou. Para ele, existe uma tendência do ser humano em não variar, em ser linear. "Somos criados para isso, para ter eficiência, para ser muito bom em uma coisa", afirmou, referindo-se ao ciclo usual da educação formal - graduação, pós-graduação, mestrado.

"Inovação é feita primariamente de pessoas e da diversidade de experiência. Temos a cultura do remix: tudo que a gente vê é remix de algo", explicou Melissa, reforçando que diversificar é a chave para inovar. "Devemos nos expôr a realidades diferentes da nossa, conhecer pessoas distintas, toda semana tentar fazer uma coisa nova, como assistir a outro canal de TV, ouvir outra estação de rádio. Essa diversidade de experiências é fundamental. Se a gente fica no mesmo funil, a chance de sair com ideia inovadora é ínfima", comentou.

Para Danielle, inovação sempre será sobre pessoas. "Não tem a ver com tecnologia, mas com a tecnologia que as pessoas querem. Tanto do ponto de vista do que precisa fazer para elas quanto de que nós, que estamos fazendo. Somos as pessoas. A gente chega no novo abrindo mão do conforto. Não tem que ter medo de largar o bom para pegar o ótimo. Nós somos as pessoas pelas quais estivemos esperando", concluiu.

A equipe de Coletiva.net conta com o apoio do Grupo RBS e do Sicredi para a realização da cobertura em tempo real do BS Festival. Ao longo da programação, a editora do portal, Gabriela Boesel, as repórteres Júlia Fernandes, Luana Nyland, Marla Gass e Patrícia Lapuente, e a publisher Márcia Christofoli produzem conteúdo sobre o evento e seus bastidores, além de alimentarem as redes sociais com tudo o que acontece no evento.  

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