Tim Lucas, da Hyper, traz bate-papo com muita interação entre o público

Palestra do europeu, 'Innovation at the Edges', aconteceu neste sábado, 17, no Hub Fábrica do Futuro

Tim Lucas, da Hyper - Divulgação/ Coletiva.net

Tim Lucas, representante da Hyper Island na América Latina, e sócio-fundador da The Listening Agency, palestrou no Hub da Fábrica do Futuro, na tarde de sábado, 17, durante a terceira edição do BS Festival. O europeu proporcionou diversos momentos de interação entre o público. Ao abrir o bate-papo, recordou a trajetória da empresa sueca que, segundo ele, é uma escola de transformação de pessoas. A empresa, com duas décadas, é sediada em um prédio que abrigava no passado um presídio na Suécia.

Com o intuito de alertar que precisam olhar para o lado e observar quem os cerca, bem como está longe, relatou que o seu doutorado consistiu em observar as gangues da Califórnia durante três anos. Após, também passou um tempo de olho nos hooligans, do Reino Unido. "As pessoas podem observar comportamentos como interagem com produtos, serviços e experiências", apontou.

Nesta linha, fez uma atividade com o público para, em grupos de cinco pessoas, conversarem sobre o que observam em determinadas imagens, como é o caso de uma criança deitada no chão de um supermercado. "Pedi observações, mas acho que ouvi muito mais interpretações", divertiu-se. Após, brincou que precisam fazer isso de novo, mas agora, pediu para opinarem. Tim disse que realiza esta atividade com os clientes, contudo ainda é composta pela discussão das necessidades e, posteriormente, de ideias.

A ação foi finalizada com a explicação do que realmente representava a imagem: uma criança autista que tinha sérios problemas em frequentar supermercados, devido a luzes fortes e som alto. A partir disso, explicou que o gerente observou o menino no chão e questionou a mãe. Quando descobriu, implementou nas lojas que a partir de determinado momento no dia o ambiente se tornava mais receptivo.

A partir disso, citou o fundador do Waze, que utiliza a camiseta "Fall in love with the problem, not the solution" - Apaixone-se pelo problema e, não pela solução. "Se estamos todos olhando para as mesmas adversidades, precisamos de diversidades cognitivas", pontuou. Desta forma, para ele, é muito importante ter nas equipes colaboradores com esta capacidade.

Tim também abordou a dica de procurar quem está nos extremos e como incluímos as pessoas. Como é o caso da loja Ikea, que estudou e projetou objetos melhorados para pessoas com paralisia cerebral, como sofás levantados e apoios de braços e, hoje, além deles, idosos, pessoas com filhos pequenos, dentre outros grupos, também estão se valendo da inovação.

Como dica, explanou que o público deve começar olhando pelos extremos e pequenos problemas, após, co-criar com os primeiros usuários, conectar o desconectado e, ao final, criar valor onde não exista. Também abordou que precisam ficar de olho nos problemas invisíveis, aqueles que não consideramos mais um, porque já nos acostumamos a ele, bem como que não enxergamos mais. Por isso, infelizmente, acabamos não refletindo sobre como podemos tornar tudo de forma melhor.

Segundo Tim, o problema para a maioria das empresas não é onde elas procuram ideias, em vez disso, é onde não procuram. Os clientes, fornecedores, parceiros e especialistas com quem não falam são aqueles cujos problemas estão ouvindo. "Esses são os seus cegos", salientou.

Ao final, destacou que quando saem da zona de conforto se pode entender como o usuário realmente se comporta, pois são nestes momentos, de quase esgotamento daquela situação, que acontecem as melhores oportunidades. Também mostrou um vídeo que aborda sobre as pessoas necessitarem parar de tapar buracos e construírem picos de felicidade. Antes de se despedir, solicitou que conversassem com duas pessoas que não conheciam e discutirem sobre tudo o que viram até aquele momento, além de pedir para  compartilharem as reflexões que fizeram com o restante do público.

 

 

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